O secretário-geral do Partido Socialista espanhol, PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, anunciou uma moção de censura pela "dignidade do Parlamento", segundo reportagem do jornal El País. A moção será apresentada se o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP), não comparecer no Parlamento para responder a perguntas sobre o caso Bárcenas.

Rubalcaba explicou a seus colegas socialistas reunidos no Senado que a decisão é uma forma de exigir explicações de Rajoy. Pelas regras do Parlamento espanhol, o premiê pode se apresentar se quiser e, com os votos de sua base política, tem apoio suficiente para se recusar a fazer isso.

Rajoy está envolvido em um escândalo político ligado à investigação do ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, por acusações de lavagem de dinheiro que incluem pagamentos a pessoas importantes do partido do governo. Em depoimento ao juiz Pablo Ruz ontem, Bárcenas admitiu a autoria de documentos publicados pelo El País em 31 de janeiro.

Em seu quarto depoimento, o responsável pelas contas do PP durante 20 anos reconheceu que os documentos foram elaborados por ele. Além disso, Bárcenas disse ao juiz que fez pagamentos a Rajoy e a María Dolores de Cospedal, secretária-geral do PP, em dinheiro em 2009 e 2010. Segundo ele, em março de 2010 foram pagos 25 mil euros ao premiê e mais 25 mil euros a Cospedal.

Os documentos em questão registram pagamentos a Rajoy, que era vice-secretário-geral do PP, e a outros integrantes do partido. A maioria dos valores registrados na contabilidade violam a lei de financiamento de partidos políticos da Espanha porque superam o valor máximo fixado para uma mesma pessoa física ou jurídica ou porque eram oferecidos por pessoas ou empresas proibidas de fornecer recursos a partidos.

Esses pagamentos foram feitos principalmente em nome de empresas e empresários do setor de construção, segundo o El País.