PUBLICIDADE
Notícias

Colisão de trens na Argentina deixa 3 mortos e 155 feridos

O acidente aconteceu na linha Sarmiento, a mesma que, em 22 de fevereiro de 2012, registrou um acidente com 51 mortos e mais de 700 feridos

15:05 | 13/06/2013
NULL
NULL

CASTELAR, Argentina, 13 Jun 2013 (AFP) - Três pessoas morreram e ao menos 155 ficaram feridas pela colisão de um trem de passageiros com outro que estava parado perto da estação de Castelar, 30 km a oeste de Buenos Aires.

"Até o momento temos a informação de três falecidos", disse à AFP Carlos Grillo Carbó, subsecretário de Emergências do Município de Morón, ao qual pertence Castelar.

A colisão ocorreu às 07h07 locais (horário de Brasília) quando um dos trens se chocou contra a parte traseira de outro trem que também transportava passageiros, informou a empresa concessionária.

O acidente aconteceu na linha Sarmiento, a mesma que, em 22 de fevereiro de 2012, registrou um acidente com 51 mortos e mais de 700 feridos, quando um trem carregado de passageiros bateu contra a vala de contenção do terminal do bairro Once em Buenos Aires.

O ministro argentino de Interior e Transporte, Florencio Randazzo, disse em uma mensagem ao país que 155 pessoas haviam sofrido ferimentos de diferentes gravidades, tendo sido atendidas em sete hospitais da região, na povoada periferia oeste de Buenos Aires.

"Para que possam ser realizadas investigações a fundo, o serviço será interrompido por 24 horas porque queremos determinar de forma confiável se foi um sinistro ou um acidente. O maquinista e o acompanhante estão incomunicáveis. O trem que se chocou tinha freios novos", disse Randazzo.

A empresa privada responsável pelo serviço, UGO-SM, indicou que o trem não parou, apesar de ter passado por três sinais que indicavam perigo.

"De acordo com o regulamento operacional, diante de um sinal de perigo o condutor deve parar totalmente o trem, situação que não ocorreu", indicou a concessionária UGO-SM em um comunicado.

Quatro horas após o acidente, as autoridades deram por concluída a operação de resgate que incluiu 300 pessoas, entre profissionais, bombeiros e voluntários, enquanto muita gente preocupada se aproximava para se informar a respeito de familiares que viajavam nos trens acidentados.

"Procuro meu filho Marcelo Aguirre, de 23 anos", disse angustiada à AFP Beatriz Aguirre, enquanto comunicava seu caso aos socorristas que forneciam informações aos familiares sobre as pessoas hospitalizadas.

"Busquem, busquem por favor com cuidado, ele se chama Manuel Tolaba, de 29 anos, tem que estar em alguma lista", dizia nervosa Alicia Castro, que buscava seu cunhado com um bebê nos braços.

Voluntários e bombeiros resgataram os feridos entre os ferros retorcidos dos primeiros vagões do trem que ficaram amontoados sobre a composição que estava parada, constatou uma jornalista da AFP.

"Às 07h07 (mesmo horário de Brasília), o trem 3725 chapa 19 estava parado entre as estações de Morón e Castelar sentido ascendente, quando, por motivos que ainda desconhecidos, a formação 3727 chapa 1 se lançou contra a parte de trás do trem que se encontrava parado", descreveu em um comunicado a empresa responsável pela linha Sarmiento de trens, que une a periferia oeste com o centro da capital.

Após o acidente de 2012 na mesma linha ferroviária, a presidente Cristina Kirchner anunciou em janeiro deste ano a mudança de todos os vagões das linhas Sarmiento e Mitre (que ligam a periferia norte à capital), que estavam em péssimas condições. Novos carros serão fabricados na China e devem entrar em

operação dentro de 16 meses.

Pelo acidente de Once em 2012, a justiça argentina indiciou dois ex-secretários de Transporte e os empresários encarregados da concessão dos trens, enquanto a secretaria de Transporte, antes submetida ao Ministério de Planejamento Federal, passou para o Ministério do Interior.

Essa tragédia representou um golpe para a popularidade do governo Kirchner, segundo pesquisas.

O sistema ferroviário argentino foi privatizado nos anos 90 durante o governo de Carlos Menem (1989-99), quando foram fechadas dezenas de estações e ramais em todo o país, sem que, desde então, tenham sido feitos investimentos suficientes para melhorar o serviço.

TAGS