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Transmissão de 'V de Vingança' na China choca espectadores

Os usuários de internet se perguntaram se a transmissão indicava um relaxamento da censura - embora a maioria não acredite que o fato signifique uma mudança importante na política

06:30 | 21/12/2012
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A rede de televisão estatal da China chocou os telespectadores ao transmitir "V de Vingança", um filme de temática anarquista que mostra uma revolta contra um governo autoritário.

Os internautas chineses demonstraram surpresa depois de assistirem ao filme, divulgando algumas das mensagens subversivas da produção, incluindo: "As pessoas não devem ter medo do governo, o governo deve ter medo do povo".

O filme foi exibido no horário nobre na CCTV 6 - canal de filmes da emissora estatal. Mas o título foi traduzido para "V Forças Especiais",

"Estou sonhando?", se perguntou um usuário do Sina Weibo - um site similar ao Twitter - depois de ver o filme, se juntando a milhares de outros que postaram mensagens similares.

O filme havia sido proibido na China, informou o jornal estatal China Youth Daily, e não foi exibido nos cinemas chineses.

Os usuários de internet se perguntaram se a transmissão indicava um relaxamento da censura - embora a maioria não acredite que o fato signifique uma mudança importante na política.

"Não é fácil para um filme com esse tipo de conteúdo ser transmitido na CCTV, eu não tenho certeza se é um sinal, vou esperar e ver", disse um usuário do Sina Weibo.

A CCTV não respondeu imediatamente aos pedidos da AFP para comentar o fato.

O filme, estrelado por Hugo Weaving e Natalie Portman, se passa em uma versão distópica da Grã-Bretanha, e retrata um lutador corajoso e carismático conhecido como "V", que inicia uma revolução contra o regime totalitário.

A máscara do protagonista se tornou um símbolo para os ativistas contrários aos regimes autoritários em todo o mundo, com o grupo hacker Anonymous escolhendo-a como seu símbolo.

O Anonymous reivindicou estar por trás de um ataque contra o governo chinês em abril, quando os sites governamentais foram substituídos por mensagens criticando a China por controlar o acesso à internet.

AFP

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