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Oposição denuncia fraudes em referendo constitucional no Egito

15:22 | 15/12/2012
Oposição egípcia acusa governo de fraude em referendo constitucional. Analistas apontam probabilidade de "sim" da população no resultado final. A coligação de oposição Frente de Salvação Nacional preferiu não conclamar a população ao anteriormente ameaçado boicote ao plebiscito no Egito, optando por apelar aos eleitores para que dessem seu "não" ao projeto constitucional em votação. As acusações da opposição ao governo egípcio são, entre outras, de urnas não lacradas e impedimentos de votação de cristãos em uma zona eleitoral do Cairo. "A adoção de um projeto constitucional marcado pela divisão, que viola os valores e as liberdades universais, é o caminho certo para institucionalizar a instabilidade e o tumulto", escreveu no Twitter o político de oposição Mohamed El Baradei, Prêmio Nobel da Paz. O presidente egípcio Mohamed Morsi provocou uma série de protestos no país, ao estabelecer no último mês um decreto que lhe dava poderes em demasia. Durante três semanas, milhares de manifestantes foram às ruas da capital do país na tentativa de evitar a realização do atual referendo, resultando num saldo de oito mortos e centenas de feridos. Segurança máxima Neste sábado (15/12), aproximadamente 120 mil soldados deram retaguarda ao grupo de 130 mil policiais encarregados de garantir a tranquilidade do pleito. A votação deverá continuar ainda na próxima semana, devido à ausência de juízes eleitorais suficientes, uma vez que muitos deles se recusaram a trabalhar em sinal de protesto contra Morsi. A Irmandade Muçulmana, que fez uma séria campanha em prol do projeto constitucional, é acusada pela Frente de Salvação Nacional de tentar implementar a sharia, a lei islâmica. Abuso de poder Organizações não governamentais, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, os Estados Unidos e a União Europeia manifestaram sérias preocupações com a Constituição egípcia em votação, cujas lacunas poderão ser usadas para enfraquecer o respeito aos direitos humanos, especialmente das mulheres, bem como impedir a autonomia do Judiciário. Os resultados oficiais do plebiscito só serão anunicados depois da votação do próximo sábado (22/12). Estimativas parciais e não oficiais deverão ser conhecidas anteriormente, antecipando o resultado do referendo. Para ser aprovada, a Constituição terá que receber o "sim" de mais de 50% dos eleitores. Houve relatos de abusos, como abertura tardia de determinadas zonas eleitorais, tentativa de convencimento de eleitores em boca de urna, intimidação da população e policiais sugerindo aos eleitores votarem pelo "sim". SV/afp/rtr/dpa

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