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Coreia do Sul elege primeira mulher como presidente

Park, de 60 anos é filha de Park Chung-Hee, ditador que comandou o país durante 18 anos até seu assassinato em 1979

14:20 | 19/12/2012
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Os cidadãos da Coreia do Sul elegeram nesta quarta-feira como chefe de Estado uma mulher pela primeira vez na história do país, com uma vitória apertada para a candidata do partido conservador, Park Geun-Hye.

Com 85% das urnas apuradas, Park somava 51,6% dos votos, contra os 48% de seu rival liberal, Moon Jae-in, do principal partido de oposição, que reconheceu sua derrota.

Park, de 60 anos é filha de Park Chung-Hee, ditador que comandou o país durante 18 anos até seu assassinato em 1979, lançou durante a campanha uma mensagem de "democratização econômica" - na qual apostava na redução das disparidades sociais através de um rápido desenvolvimento econômico - e prometeu criar novos empregos e aumentar os gastos com bem-estar social.

"Serei uma presidente que cumprirei em todos os sentidos as promessas que fiz ao povo", disse Park à multidão de simpatizantes em uma cerimônia da vitória ao ar livre no centro de Seul.

Em dia eleitoral que foi feriado, 40,5 milhões de sul-coreanos estavam registrados para comparecer às urnas, 76% dos quais se dirigiram às sessões eleitorais, um número alto se forem levadas em conta as temperaturas no país, que giravam em torno dos -10 Celsius.

Para Moon, de 59 anos, filho de refugiados norte-coreanos e ex-advogado de direitos humanos que já foi preso por protestar contra o regime de Park Cung-Hee, foi uma derrota amarga.

"Eu me sinto tão triste e culpado por ter falhado em alcançar minha missão histórica de iniciar uma nova era na política", disse Moon à imprensa em frente a sua casa em Seul.

"Eu humildemente aceito o resultado da eleição", acrescentou.

As pesquisas antes da votação já mostravam uma disputa apertada entre Park, do PNF, e Moon, do Partido Democrata Unido (DUP, centro-esquerda, principal partido de oposição).

Park Heun-Hye é a filha de Park Chung-Hee, um brutal autocrata, que promoveu a industrialização forçada do país e que permaneceu no poder até o assassinato em 1979.

Sua foi morta em 1970 por um militante favorável à Coreia do Norte, que tinha a intenção de atingir o ditador com seus tiros.

Já Moon Jae-In é uma das principais figuras da oposição no período sombrio do país e um adversário notório dos militares.

Tanto Park quanto Moon tentaram atrair a classe média e os mais desfavorecidos, com promessas de combater as crescentes desigualdades na quarta economia asiática.

A Coreia do Norte não foi sequer um tema da campanha eleitoral, apesar de Pyongyang ter executado um lançamento de foguete na semana passada, coincidindo com o primeiro aniversário da morte do dirigente comunista Kim Jong-Il.

Park e Moon manifestaram o desejo de estimular as relações entre as duas Coreias. Park foi mais reservada, no entanto, porque os conservadores defendem há muito tempo uma linha intransigente com Pyongyang.

Moon defende a retomada da ajuda sem condições à Coreia do Norte e pediu uma reunião com o dirigente deste país, Kim Jong-Un, filho de Kim Jong-Il.

AFP

 

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