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Aliados de Chávez dominam eleições estaduais na Venezuela

08:31 | 17/12/2012
Partido do presidente vence em 20 dos 23 estados do país. Henrique Capriles é reeleito em região estratégica, se reafirmando como líder nacional da oposição. Governo diz que Chávez apresenta melhora após cirurgia. O partido do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, obteve uma vitória clara nas eleições regionais realizadas no país neste domingo (16/12). O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou, após a apuração de mais de 94% dos votos, que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) elegeu governadores em 20 dos 23 estados, incluindo Zula, o mais populoso do país, com grandes reservas de petróleo. Até agora, o PSUV governava 15 estados. O chefe de campanha do PSUV e prefeito de Caracas, Jorge Rodríguez, qualificou o resultado como a "vitória perfeita" e a "vitória de Chávez". "O chavismo, a força da pátria teve uma maioria esmagadora no total de votos em nível nacional. Esta é uma vitória de todo o povo da Venezuela, e principalmente, uma vitória de Chávez", afirmou. Líder da oposição se reelege A oposição conseguiu vencer apenas nos estados de Lara, Amazonas e Miranda. Neste último, o líder da oposição, Henrique Capriles, foi reeleito governador com 50,4% dos votos, vencendo o ex-vice-presidente Elías Jaua, que acumulou 46,13%. Capriles, de 40 anos, se saiu bem nas eleições presidenciais no início de outubro, com 44,8% dos votos o melhor resultado já obtido por um adversário de Chávez. Miranda é o segundo estado em número de votantes e abrange parte da Grande Caracas. Com a vitória nas regionais, Capriles se firma como principal nome da oposição. O oposicionista disse estar feliz pelo povo de Miranda, mas triste pelo que aconteceu no resto do país, com a derrota dos outros líderes da oposição. "Enfrentamos todo o poder do Estado. Há outros estados onde não alcançamos o objetivo, mas temos que continuar falando aos venezuelanos sobre o país que sonhamos", disse. O político não quis comentar uma possível candidatura presidencial em 2013, caso Chávez fique impossibilitado devido à sua doença e sejam convocadas novas eleições. "Estes são cenários que não estão planejados, lideranças não se decretam", disse. Mais de 17 milhões de venezuelanos foram convocados a escolher no domingo novos governadores para 23 estados. Diferentemente das eleições presidenciais, quando os eleitores foram às urnas em grande quantidade, desta vez a abstenção foi de 46%, maior do que nas regionais de quatro anos atrás. Doença de Chávez A eleição foi fortemente influenciada pela doença do chefe de Estado, que foi submetido a uma cirurgia de seis horas na terça-feira passada em Havana, capital de Cuba. Esta foi sua quarta operação para combater um câncer, no período de um ano e meio. A recaída de Chávez, reeleito em outubro, despertou dúvidas de que ele possa assumir o novo mandato, que começa em 10 janeiro. O próprio mandatário fez transparecer a gravidade da situação após ter nomeado o vice-presidente, Nicolás Maduro, como seu possível sucessor. Caso Chávez seja impedido permanentemente de tomar posse, será necessário convocar novas eleições. O governo informou no domingo que o chefe de governo melhora "hora após hora" desde a cirurgia. Seu estado passou de "estável" a "favorável", e ele já conversa com os familiares. "Anteontem, o comandante já começou a se comunicar conosco, a instruir, a governar e a dar instruções e, sobretudo, está muito consciente da situação na Venezuela", disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Jorge Arreaza, marido de uma das três filhas do presidente e que o acompanha em Cuba. MD/dpa/rtr/afp Revisão: Francis França

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