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Governo australiano pede desculpas por casos de abuso sexual no exército

07:31 | 26/11/2012
afp
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O governo australiano pediu desculpas oficiais nesta segunda-feira, no Parlamento, às vítimas de abusos sexuais nas Forças Armadas e se comprometeu a estudar cada denúncia recebida e a pagar indenizações.

A equipe encarregada de estudar as denúncias deverá comunicar rapidamente à polícia e à justiça os casos que devem sofrer procedimentos penais e fornecer apoio psicológico e de saúde às vítimas.

"Homens e mulheres sofreram (no exército) abusos sexuais, físicos ou psicológicos por parte de colegas, e isso é inaceitável e não reflete os valores de uma sociedade australiana moderna, plural e tolerante", declarou o ministro da Defesa, Stephen Smith.

"Em nome do governo, peço desculpas aos homens e mulheres das Forças Armadas australianas que sofreram abusos sexuais ou violências de outro tipo", disse.

"Nunca deveriam ter passado por algo semelhante. De novo, peço desculpas".
O ministro criticou os dirigentes que ocupam funções de alto nível no exército e que com seu comportamento ou sua passividade "traíram a confiança" depositada neles.

O governo estabeleceu um fundo para indenizar as vítimas com até 50.000 dólares australianos por pessoa (52.300 dólares, 40.300 euros) e que será presidido por um ex-juiz do Supremo do estado da Austrália Ocidental, Len Roberts-Smith.

A notícia sobre violências sexuais no Exército, revelada em junho, expôs práticas perpetuadas desde os anos 50: agressões sexuais a jovens, violências e sessões brutais de trote com novatos.

O estudo detalhou 850 casos de maus-tratos graves desde os anos 50, incluindo abusos sexuais e brutalidades com garotos - os mais jovens chegavam a ter apenas 13 anos, idade mínima para se alistar no período pós-guerra, posteriormente fixada em 17 anos.

Os autores das agressões nunca foram perseguidos e as vítimas não tinham coragem de denunciar.
Um estudo de 400 páginas elaborado em 2011 examinou uma série de incidentes no navio militar "HMAS Success" em 2009, onde reinava "uma cultura de predadores" e de orgias alcoólicas, com premiação para cada conquista sexual de colegas femininas.

 

AFP

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