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Rajoy responde a protestos cumprimentando 'a maioria que não se manifesta'

O presidente pediu a seus compatriotas para que estivessem à altura das circunstâncias e não se deixassem levar pelo comportamento de alguns cidadãos

17:49 | 26/09/2012
NOVA YORK, 26 Set 2012 (AFP) -O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, cumprimentou nesta quarta-feira, 26, em Nova York a "maioria" de seus compatriotas, "que não tem se manifestado apesar da crise econômica e do duro ajuste do governo", um dia depois dos incidentes registrados em uma manifestação em Madri.

"Trata-se da imensa maioria dos 47 milhões de pessoas que vivem na Espanha (...). Essa imensa maioria dos espanhóis está trabalhando, fazendo o que pode e dando o melhor de si", afirmou Rajoy em uma conferência no Conselho das Américas, em meio à Assembleia Geral da ONU.

Nesse sentido, Rajoy pediu a seus compatriotas para que estivessem à altura das circunstâncias e não se deixassem levar pelo comportamento de alguns cidadãos.

O movimento social dos "indignados", contrário aos cortes do governo em saúde, educação ou auxílio-desemprego, voltou a sair às ruas nesta terça-feira em Madri com a intenção de cercar o Congresso dos Deputados, em um protesto que culminou em atos violentos.

O balanço dos enfrentamentos deixou um saldo de 64 feridos e 35 detidos, algo atípico nas manifestações da Espanha. A oposição de esquerdistas classificou de "excessiva" a ação policial, mas o governo defendeu a atuação das forças de segurança.

Em sua apresentação em Nova York, Rajoy disse que tem uma "estratégia econômica clara, sólida, estabilidade parlamentar e mais de três (anos) para realizar com determinação as reformas necessárias".

"Sabemos o que temos que fazer", disse, admitindo que o ajuste pressupõe muitos sacrifícios, mas que estes serão distribuídos pelo conjunto da sociedade espanhola.

O governo conservador apresentará na quinta-feira seu orçamento para 2013 e um novo plano de reformas, após o qual, segundo os analistas, a Espanha poderá decidir se apresenta a tão esperada solicitação de um resgate para sua economia.

"As atuais circunstâncias são difíceis, mas não nos distraem de nossas responsabilidades. Superaremos esta crise como superamos outras no passado", afirmou Rajoy, que não fez nenhum tipo de referência a um possível pedido de resgate.

Madri, que já obteve uma promessa de ajuda de seus sócios europeus de até 100 bilhões de euros para sanear seu bancos, luta por reduzir seu déficit público a 2,8% do PIB em 2014, frente a 8,9% em 2011, para isso, já anunciou ajustes de 150 bilhões de euros até essa data.

A apresentação de Rajoy no Conselho das Américas esteve marcada também por uma pequena manifestação de partidários da independência da Catalunha (nordeste da Espanha).

Na terça-feira, o presidente da Catalunha, Artur Mas, convocou eleições antecipadas para 25 de novembro em sua região, o que é interpretado como uma tentativa de capitalizar o fervor separatista alimentado pelo calor da crise econômica que golpeia o país.

O Conselho das Américas é uma organização cujo objetivo é promover a democracia, o livre comércio e os mercados abertos.

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