Práticas ancestrais ajudam epidemia de Ebola no Congo
Inicialmente restrita a Isiro, uma cidade ao norte de Haut-Uélé, a epidemia de Ebola agora já chegou a Viadana, uma cidade localizada a 75 quilômetros da origem da doença. De acordo com a equipe médica local, o vírus foi transmitido para uma mulher de Viadana que foi a um funeral de uma vítima de Isiro. Ela, então, voltou para Viadana onde contaminou várias pessoas e morreu.
Com este fato, um novo centro de quarentena foi criado em Viadana para isolar as pessoas que possam estar contaminadas, de acordo com o Dr. Jacques Gumbaluka, o chefe medico do distrito. Três pessoas já morreram em Viadana.
A lavagem e a exibição de corpos durante os funerais, uma tradição local, têm a função de mostrar amor e respeito pelos mortos. Mas a prática facilita a propagação da epidemia à medida que dezenas de pessoas entram em contato com as vítimas do vírus mortal.
Segundo Faida Kanyombe, responsável pela organização Médicos sem Fronteiras na província atingida, os casos de Ebola que foram identificados estão ligados a certas práticas como automedicação e a lavagem de corpos. "As pessoas querem tocar e ver o corpo, uma tradição africana", disse ele.
Cerca de 170 pessoas estão sendo monitoradas depois que entraram em contato com pacientes infectados e 28 casos já foram identificados, dos quais 8 foram confirmados. Campanhas educativas lideradas pelos Médicos sem Fronteiras, a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde do Congo estão sendo realizadas na região para alertar as pessoas dos riscos ligados a esta prática. Equipes médicas locais dizem que as pessoas estão respondendo bem às campanhas embora a epidemia ainda não esteja totalmente sob controle. As informações são da Associated Press.