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Japão planeja abandonar a energia nuclear até 2030

16:48 | 14/09/2012
Um painel de ministros do gabinete de governo do Japão pediu nesta sexta-feira que o país abandone a energia nuclear durante as próximas três décadas, no que poderá ser a maior mudança de política nacional de energia provocada por um desastre nuclear. Reverter o uso da energia nuclear é algo popular entre os japoneses, embora enfrente a resistência de poderosos grupos empresariais no país. A nova política advoga maior uso da energia renovável e se adotada verá o Japão seguindo a Alemanha nessa direção.

A proposta precisa ser endossada por todo o gabinete de ministros. Segundo a mídia japonesa, isso ocorrerá em breve. O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, disse que a nova política é apenas o começo de um longo e difícil processo. "Estamos apenas na linha de partida e iniciaremos um desafio extremamente difícil. Mas não importa o quanto seja difícil, não pode mais ser adiado", disse Noda.

O abandono da energia nuclear até 2023 deverá ser atingido com o fechamento das 52 usinas nucleares já existentes e a proibição da construção de novas unidades. O Japão começou a repensar o uso da energia nuclear após o desastre na suína de Daiichi-Fukushima, o pior na história do país, que ocorreu a partir de 11 de março de 2011, quando a instalação foi atingida por um terremoto seguido de tsunami. Até o desastre em Fukushima, um terço da energia japonesa vinha da geração nuclear e o governo pretendia expandir essa participação a 50% do total até 2030.

"Baseado nos eventos da realidade daquele grave acidente e ao aprender as lições do desastre, o governo decidiu revisar a estratégia nacional de energia. Um dos pilares da nova estratégia é alcançar uma sociedade que não dependa da energia nuclear o mais rápido possível", diz o documento.

O ministro de política nacional, Motohisa Furukawa, disse que o documento é só um esboço e que os detalhes serão decididos mais tarde. Mas o documento reflete "o compromisso do Japão em superar a dura realidade posterior ao acidente nuclear de Fukushima", disse Furukawa. Ele reconhece que muita cosia ainda precisa ser definida e projetada - incluído o enorme custo que o país precisará investir na energia renovável, para mudar a matriz da geração. A política proposta nesta sexta-feira proíbe a construção de novas usinas nucleares e fixa um prazo de 40 anos para o fechamento total das existentes.

Após o desastre de março de 2011 em Fukushima, a Alemanha decidiu acelerar o desligamento das suas oito usinas nucleares. Nesta sexta-feira, o presidente da França, François Hollande, anunciou que fechará a usina nuclear mais antiga do país, a de Fessenheim, até o final de 2016. A França é o país que possui mais usinas nucleares em atividade na Europa, 21 unidades. Hollande disse que o objetivo é reduzir a energia nuclear no total da geração de eletricidade do país, dos atuais 75% para 50% até 2025.

As informações são da Associated Press.

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