Israel: ministro propõe retirada da Cisjordânia
Em entrevista ao diário Israel Hayom, Barak disse que o impasse com palestinos não poderá ser sustentado indefinidamente. "É melhor chegar a um acordo com os palestinos, mas se isso não acontecer, nós precisaremos tomar passos concretos para começar uma separação", ele disse. "Isso nos ajudará não apenas a lidarmos com os palestinos mas também com os outros países na região, com os europeus, com os Estados Unidos", disse Barak.
É improvável que a proposta de Barak seja implementada, pelo menos a curto prazo. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não tem mostrado nenhum interesse em concessões e sua coalizão de governo é comandada pela linha-dura. O escritório do premiê não quis comentar as declarações de Barak.
Atualmente, cerca de 2,5 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia. O território foi ocupado na Guerra dos Seis Dias em 1967, bem como Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza. Em 2005, Israel realizou uma retirada unilateral da Faixa de Gaza. Atualmente, cerca de 300 mil israelenses vivem como colonos na Cisjordânia, bem como outros 200 mil israelenses que vivem em Jerusalém Oriental.
Os israelenses que defendem a retirada citam os números e o fator demográfico como um motivo para deixar o território palestino. Até mesmo Netanyahu, que é do partido Likud (direita e nacionalista) levantou preocupações com a questão demográfica. Mas na prática tem apoiado a construção e expansão dos assentamentos.
"Chegou a hora de tomarmos decisões não apenas na ideologia ou nos sentimentos, mas a partir de uma leitura fria da realidade", disse Barak. Ele defende que Israel não se retire unilateralmente de toda a Cisjordânia, mas mantenha "bolsões" de assentamentos com população mais adensada e ao lado de Israel como parte do território israelense. Barak também disse que Israel precisará manter alguma presença militar na fronteira com a Jordânia, mesmo após uma eventual retirada da Cisjordânia.
As informações são da Associated Press.