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Combates seguem na Síria, enquanto Liga Árabe denuncia 'crimes contra a Humanidade'

17:53 | 06/09/2012

DAMASCO, 6 Set 2012 (AFP) - Violentos combates eram registrados nesta quinta-feira, 6, entre soldados e milicianos favoráveis ao regime e rebeldes que atacaram postos do Exército na região de Homs (centro), segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Pelo menos nove soldados e quatro integrantes dos "comitês populares" armados pró-regime morreram nestes combates na região do Krak dos Cavaleiros e na de Wadi al-Nasara (Vale dos Cristãos), que abriga povoados cristãos.

Os "comitês populares" são grupos de civis armados pró-regime que dizem defender seus bairros e aldeias contra os rebeldes.

A violência deixou nesta quinta-feira pelo menos 78 mortos, entre eles 33 civis, 29 soldados e 16 rebeldes, segundo um registro provisório do OSDH.

Esses combates foram registrados no dia seguinte das denúncias lançadas por países árabes de "crimes de lesa Humanidade" na Síria.

O presidente francês, François Hollande, disse em Londres que está "totalmente de acordo" com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, para "acelerar a transição política" na Síria.

"David Cameron e eu estamos em pleno acordo: devemos apressar, acelerar a transição política" e "ajudar a oposição a se unir em um governo", declarou Hollande ao lado de seu anfitrião britânico.

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE), que quer reafirmar seu papel na região diante da catástrofe humanitária e preparar a era pós-Assad, se reunirão na sexta-feira e no sábado no Chipre.

Os 27 devem refletir sobre uma forma de apoiar os esforços do novo emissário da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi. Também querem "estruturar melhor" seu trabalho com a oposição síria e "aumentar sua ajuda ao povo sírio e aos refugiados e contribuir com a preparação de uma transição política", segundo a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

Brahimi deve viajar "nos próximos dias" ao Cairo e a Damasco para tomar conhecimento das intenções da Liga Árabe e das autoridades sírias, respectivamente, e assentar as bases de sua missão, depois de quase um ano e meio de uma revolta que se militarizou com a repressão e cuja violência já deixou mais de 26.000 mortos.

"O regime armou e continua armando civis para que combatam" os rebeldes, indicou.
Nas imediações de Damasco também foram registrados enfrentamentos entre as forças sírias e os rebeldes, segundo o OSDH.

Essa ONG também indicou confrontos no bairro sul de Qadam.

Esse bairro e o de Asali, também no sul, sofreram os bombardeios do Exército, segundo a mesma fonte.

Sete pessoas, entre elas dois rebeldes, morreram nas províncias de Hama (centro), Deir Ezzor (este) e Aleppo (norte), cenário há um mês de uma batalha crucial entre rebeldes e forças do governo.

Um general afirmou à AFP que tem certeza de que a vitória das forças do regime se aproxima. Para ele, o mais difícil já foi superado com a tomada do bairro de Salaheddine e a conquista da parte alta de Seif al-Dawla, dois bairros estratégicos do oeste.

Adlém de Aleppo, os bombardeios do Exército atingiram também nesta quinta-feira as províncias de Deraa (sur), Deir Ezzor, Idleb (noroeste) e Hama.

No plano diplomático, o presidente russo, Vladimir Putin, cujo país, ao lado de Irã e China, é um dos aliados de Damasco, pediu aos países que participam com Moscou da busca por uma solução "mudem sua postura", em uma entrevista divulgada pela rede de televisão Russia Today.

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