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Monti e Merkel demonstram sintonia no encontro bilateral em Roma

15:50 | 04/07/2012
Expectativa era de tensões durante encontro entre chefes de governo italiano e alemã na capital italiana. Itália pretende passar sem ajudas bilionárias europeias. França e Espanha anunciam novas medidas de contenção. Os chefes de governo da Alemanha, Angela Merkel, e da Itália, Mario Monti, voltaram a se encontrar nesta quarta-feira (04/07), poucos dias após a cúpula da União Europeia (UE) sobre a crise em países da moeda comum. Da pauta das conversas bilaterais na histórica Villa Madama, na periferia de Roma, constavam os resultados da cúpula em Bruxelas, questões econômicas e, em especial, a cooperação ítalo-alemã. Após as acirradas disputas na capital belga, observadores esperavam um clima de tensão neste novo encontro. Porém o primeiro-ministro italiano desmentiu a expectativa: "Toda vez é uma alegria encontrar-me com Angela Merkel", assegurou após as conversas. A chanceler federal esteve acompanhada de cinco ministros, entre os quais Guido Westerwelle, do Exterior, Philipp Rösler, da Economia, e Wolfgang Schäuble, das Finanças. Itália aposta em reformas Em seguida à reunião em Roma, Monti revelou haver prometido ao governo alemão reduzir o elevado endividamento estatal italiano através de novas reformas do mercado de trabalho e impostos, entre outros setores. Ele afirmou que, no momento, seu país prefere enfrentar a situação sem ajudas bilionárias, apostando, em vez disso, em reformas. Além do pacote de crescimento acordado durante a cúpula em Bruxelas, com volume de 120 bilhões de euros, são também necessárias medidas de curto prazo para uma maior estabilidade na União Europeia, observou Monti. No tocante às desavenças durante a cúpula relativas à ajuda financeira para países como a Itália e a Espanha e a injeções de capital para bancos, através do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) , o premiê italiano apenas comentou: "Tomamos essas decisões por unanimidade". Por sua vez, Merkel disse que na Europa há, naturalmente, interesses distintos, mas que é necessário trabalhar conjuntamente no sentido de soluções sensatas. A imprensa alemã comentou que Monti encontra-se mais próximo de Berlim do que o presidente francês, François Hollande, no tocante à disciplina orçamentária, e por isso a chefe de governo sabe que precisa se apoiar na Itália como principal parceira. Madri e Paris adotam novas medidas Assim como a Itália, a França e a Espanha redobram esforços na luta contra o endividamento estatal galopante. O governo socialista francês divulgou que pretende onerar os donos de fortunas, bancos e grandes empresas, a fim de fechar seus furos orçamentários bilionários. Impostos e taxas deverão trazer 7,2 bilhões de euros adicionais aos cofres públicos franceses, em 2012, anunciou Paris nesta quarta-feira. Ao mesmo tempo, o governo começa a preparar os franceses para futuras medidas de contenção de despesas. "O movimento imediato se refere ao arrecadamento de impostos. Porém o restante do período de legislatura tratará dos gastos públicos", antecipou o ministro do Orçamento, Jérôme Cahuzac. "Reduzir gastos é como frear um superpetroleiro: necessita tempo", acrescentou. A pressão no sentido de poupar é muito maior sobre a Espanha. O país, que acaba de requerer ajudas bilionárias de Bruxelas para seu abalado setor bancário, dificilmente alcançará a meta de baixar seu déficit até 5,3% do PIB. A Comissão Europeia pretende dar a Madri mais um ano portanto, até 2014 para chegar abaixo da marca dos 3%. Em contrapartida, os espanhóis deverão apresentar um orçamento convincente para 2013 e 2014. O governo, que já tem definitivamente planejados cortes num total de 48 bilhões de euros, trabalha no momento num pacote de reformas igualmente bilionário. Um programa de contenção parcelado ao longo de vários anos poderá incorrer na elevação dos impostos sobre consumo, novas taxas de energia e a reforma do sistema de aposentadoria na Espanha. Estão ainda em cogitação novos cortes salariais para o funcionalismo público, um novo pedágio nas rodovias de alta velocidade, e mais cortes drásticos nos governos central e regionais. Segundo fontes especializadas "o programa de contenção deverá equivaler a 3% do Produto Interno Bruto". AV/dapd/dpa/rtr Revisão: Roselaine Wandscheer

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