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Foto que virou símbolo da Guerra do Vietnã completa 40 anos

09:03 | 02/06/2012
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Em 8 de junho de 1972, um grupo de crianças fugia das explosões das bombas lançadas sobre a vila Trang Bang, na província de Tay Ninh, no Vietnã. Entre aquelas pequenas vítimas da guerra, uma chamou a atenção do fotógrafo Huynh Cong 'Nick' Ut. A garotinha de 9 anos de idade corria no meio da rua com os braços abertos e só conseguia repetir "muito quente, muito quente".

A cena foi registrada por Huynh Nick e partiu da pequena vila para o mundo. Não demorou para a foto passar a simbolizar todo o horror do conflite que durou de 1959 a 1975.

Mais que o desespero gerado pelo barulho das bombas, a foto registrava vítimas de uma guerra que não distinguia civis de militares. A foto registrou um pequeno grupo delas. Além de Kim Phuc, a menina que corria nua, aparecem o irmão dela, Phan Thanh Phouc, que perdeu um olho, e dois primos, Ho Van Bon e Ho Thi Ting, que buscavam apoio um no outro e corriam de mãos dadas.

Quase 40 anos depois, que serão completados na próxima sexta-feira, 8, a foto ainda é utilizada em todo o mundo para representar o quanto a guerra atinge pessoas inocentes. "Eu vou ficar feia, não serei mais normal. As pessoas vão me ver de um jeito diferente", foi o que pensou na hora Kim Phuc quando viu que mão e braço esquerdos estavam queimados.

Hoje, aos 49 anos de idade, Kim Phuc é diretora de uma fundação que ajuda crianças vítimas da guerra e vive com o filho e o marido, Bui Huy Toan, no Canadá.

O trabalho foi motivado pelo que a própria Phuc passou. Naquele dia do bombardeio sentia o chão tremer. A fuga, em estado de choque, terminou com a perda dos sentidos ao lado de jornalistas estrangeiros. Foi o próprio repórter fotográfico da Associated Press quem ajudou Phuc. Em entrevistas, Nick Ut afirma que deixou a menina em um pequeno hospital depois de ouvir garantias dos médicos que a garota seria cuidada.

Foram 13 meses de tratamento, entre corte do tecido morto e cirurgias de enxertos de pele. "Eu só chorava e quando eu não aguentava mais, desmaiava", disse às agências de notícias.

Hoje, a foto é utilizada pela própria Kim Phuc em seu trabalho. Segundo ela, aquele retrato da guerra é usado hoje para pedir paz.

Redação O POVO Online com agências

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