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Eurocopa deve impulsionar turismo sexual na Ucrânia

17:18 | 04/06/2012

KIEV, 4 Jun 2012 (AFP) - A Eurocopa-2012, que acolherá milhares de torcedores estrangeiros do dia 8 de junho ao 1º de julho na Ucrânia e na Polônia, gera preocupações de ONGs em relação ao turismo sexual esperado na Ucrânia, um dos países europeus mais afetados pelo vírus da AIDS.

"As prostitutas se preparam ativamente para a Eurocopa", publicou um site ucraniano que oferece 'serviços sexuais', e informou que algumas das suas 'funcionárias' chegaram a "estudar sobre futebol e sobre a história dos países participantes" para atrair mais clientes.

O grupo ativista e feminista ucraniano FEMEN, conhecido por organizar protestos com jovens desfilando semi-nuas, multiplicou as ações nas ruas nas últimas semanas para alertar sobre os riscos do turismo sexual durante o evento.

Apesar da prostituição ser ilegal na Ucrânia, a ONG Internacional HIV/AIDS Alliance aponta que de 52.000 a 83.000 mulheres vendem seu corpo no país, 11.000 delas na capital Kiev.

Natacha, prostituta de 24 anos, espera ganhar durante a Eurocopa o dinheiro suficiente para comprar um carro, apesar de ter o receio de que alguns dos seus potenciais clientes estejam mais interessados no futebol do que no sexo.

"Todos os homens são iguais e para eles, o mais importante é futebol e a cerveja, mas espero que não passem todas as noites bebendo e assistindo às partidas", afirmou a jovem à AFP.

De acordo com Olena Tsoukerman, da ONG Legalife, que defende os direitos das mulheres, muitas prostitutas devem aumentar suas tarifas durante o evento. Entre elas, as consideradas 'VIP', que falam outro idiomas e cobram entre 100 e 200 euros a hora devem "dobrar ou triplicar seus preços", explica.

Tsoukerman também revela que policiais corruptos devem aumentar o valor das propinas exigidas para deixar as prostitutas trabalhar.

Números da Internacional HIV/AIDS Alliance apontam que a Ucrânia é hoje em dia um dos países mais afetados com o vírus da AIDS, com 0,54% dos adultos infectados, sendo que 24% das prostitutas de Kiev são soropositivas, número que chega a 38% em Donetsk.

De acordo com a ONG, apenas 60% das prostitutas exclui totalmente a possibilidade de ter relações sexuais sem preservativo, mas algumas estariam dispostas a fazê-lo mediante um pagamento extra.

Irina, ex-prostituta entrevistada pela AFP, afirma que mais de 90% dos clientes preferem dispensar o uso da camisinha.

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