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Em encontro amistoso, Merkel e Putin entram em acordo sobre a Síria

17:00 | 01/06/2012
Presidente russo declarou apoio ao plano de paz do enviado especial Kofi Annan, mas ressaltou que manterá relações com Assad. Putin afirmou que a Rússia não fornece à Síria armas que possam ser usadas em guerra civil. Em sua primeira viagem internacional como novo presidente russo, Vladimir Putin declarou nesta sexta-feira (01/06) em Berlim que será dada continuidade ao "intenso diálogo político" entre Rússia e Alemanha. Sobre a Síria, os dois países apostam numa solução política e fomentam a implementação do plano de paz de Kofi Annan. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, elogiou as "boas e intensas relações de amizade" com a Rússia. Putin também definiu o encontro, que contou com a presença do presidente Joachim Gauck, como "produtivo, aberto e amistoso". O líder russo afirmou que Moscou manterá o contato com o presidente sírio, Bashar al Assad. Ao mesmo tempo, ressaltou que a Rússia não apoiará nenhum dos partidos envolvidos no conflito sírio. Uma guerra civil deveria ser evitada de todas as maneiras. Assim, Putin rebateu a afirmação da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, de que o apoio da Rússia a Assad contribuiria para uma guerra civil. O presidente russo também mencionou mais de uma vez o plano de paz do enviado especial da ONU Annan, pedindo que todos os Estados façam de tudo para implentá-lo. O plano teve início há algumas semana, mas ainda não teve resultados, talvez justamente por causa do comportamento eleitoral da Rússia no Conselho de Segurança da ONU. Quase todos os dias morrem pessoas na Síria, e, com exceção de algumas sanções, a comunidade internacional ainda não encontrou resposta para o conflito. Antes do encontro em Berlim, a Anistia Internacional havia pedido a suspensão imediata do fornecimento de armas da Rússia para a Síria. Putin disse que seu país não fornece armas que possam ser usadas em um conflito civil. Moscou é um dos últimos aliados do regime Assad. Ao lado da China, o país vetou resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) com relação à Síria duas vezes. Por outro lado, a Síria é o último parceiro da Rússia na região. A marinha russa mantém no país sua última base fora da área da antiga União Soviética. Reação dos EUA Mesmo após as declarações de Putin em Berlim, Clinton continuou criticando o apoio russo ao regime Assad. "Acreditamos que o extenso fornecimento de armas da Rússia tenha fortalecido o regime", disse. Nesta quinta-feira, a secretária de Estado dos EUA havia dito em Copenhague que a Rússia é o maior obstáculo para que se chegue a um acordo sobre a questão síria. Entretanto, Clinton sinalizou nesta sexta-feira estar aberta à cooperação. Se a Rússia estiver disposta a trabalhar em conjunto com a comunidade internacional no "planejamento de uma mudança política", os EUA também o estariam. "As declarações de Putin parecem indicar isso. Se a Rússia estiver disposta a nos ajudar a colocar em prática todos os pontos do plano de Annan, então, também estamos dispostos à cooperação", afirmou Clinton. LPF/dapd/dpa/afp Revisão: Augusto Valente

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