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Bolívia: motim policial se espalha de La Paz ao interior

16:42 | 22/06/2012
Um motim de policiais bolivianos que pedem aumentos salariais se espalhou ao redor da Bolívia, com cerca de quatro mil efetivos ocupando os quartéis. Manifestantes saquearam e provocaram um incêndio de documentos e uniformes em um escritório policial em La Paz, mas de maneira geral o protesto parece pacífico. Além disso, a rebelião se espalhou de um quartel perto do palácio presidencial para uma segunda unidade também em La Paz e para capitais das províncias, como Santa Cruz, Cochabamba, Oruro, Sucre e Tarija.

"O confronto não é a maneira certa para conquistar as reivindicações. Peço aos meus camaradas que pensem e abandonem as medidas de pressão, se sentem e negociem com o alto comando" da polícia, disse o comandante geral da polícia, o coronel Victor Maldonado.

Já o ministro da Casa Civil, Carlos Romero, pediu aos amotinados que "deixem as medidas de pressão e voltem aos seus deveres". Romero disse que o governo quer diminuir a diferença entre os salários da polícia e do exército, bem como entre os salários dos policiais da cúpula e os da base, mas o motim não é o caminho. "O caminho não é a pressão, a tomada e a destruição dos bens públicos".

"Esse é o conflito mais grave que o presidente Evo Morales enfrenta. Se ele não for resolvido pacificamente, poderá detonar uma crise política, como já ocorreu no passado na Bolívia", disse o analista político boliviano Carlos Cordero. Evo teve que antecipar sua volta do Brasil, onde participava da cúpula Rio+20, para enfrentar a situação. O mandatário convocou uma reunião de emergência do gabinete para esta sexta-feira, disse Romero.

Cordero acredita que se não houver a abertura de diálogo em breve, o governo terá que tirar soldados dos quartéis e enviar as tropas para as ruas. "O cenário é difícil" avalia o analista.

As informações são da Associated Press.

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