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Argentina leva à ONU reivindicação sobre ilhas Malvinas

09:52 | 15/06/2012
Três décadas após o fim da Guerra das Malvinas, argentinos continuam a pedir a posse do arquipélago sob domínio britânico. Segundo o primeiro-ministro David Cameron, negociações estão fora de cogitação. A Argentina e o Reino Unido voltaram a debater sobre as Ilhas Malvinas, desta vez na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Trinta anos após o fim da guerra envolvendo o arquipélago, a presidente argentina, Cristina Kirchner, reforçou nesta quinta-feira (14/06) a posição de seu país diante do comitê da ONU para descolonização. Ela afirma ser "uma afronta contra o mundo com o qual todos sonhamos" que as ilhas permaneçam sob domínio britânico e não pertençam à Argentina. "Como é possível que sejam território britânico estando a mais de 22 mil quilômetros de distância?", questionou Kirchner. "Essas ilhas são parte do Atlântico Sul e da Argentina", reforçou. Antes disso, a presidente havia se encontrado com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que ressaltou sua oferta de arbitragem às partes em conflito. A visita de Kirchner é parte de uma ofensiva diplomática mais ampla para fazer valer as reivindicações da Argentina. A ONU pediu que os dois lados encerrem a disputa pacificamente. Em Londres, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ressaltou que não haverá negociação alguma quanto à soberania das Malvinas. "Não se trata de um jogo global de Banco Imobiliário, na qual as nações distribuem territórios entre si", disse durante a recepção anual do governo das Malvinas nesta quinta-feira. "Há apenas uma sombra no horizonte: a agressão vinda do além-mar", declarou o premiê. Situação crítica Nesta quinta-feira, um representante do parlamento das Malvinas mencionou uma pesquisa segundo a qual 96% dos cerca de 3 mil habitantes das ilhas querem continuar sob o domínio britânico. "O governo da Argentina alega estar lutando pelos direitos humanos. Mas e os direitos de nós, moradores?", diz Roger Edward, residente no arquipélago. Para resolver a questão, um referendo está planejado para o primeiro semestre de 2013. A maioria dos moradores é de origem britânica. Navegadores ingleses descobriram as ilhas há mais de 200 anos, quando a Argentina ainda era colônia espanhola. O arquipélago a 400 quilômetros da costa argentina pertence ao Reino Unido, mas possui um governo próprio. A Argentina reivindica há décadas as ilhas ricas em matérias-primas. Em 1982, após a invasão argentina, o país sul-americano e o Reino Unido travaram uma guerra durante dez semanas, vencida pelos ingleses. Antes do conflito, que deixou cerca de mil mortos, campos de petróleo haviam sido descobertos na região. LPF/dpa/rtr Revisão: Roselaine Wandscheer

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