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Alemanha rejeita afrouxamento de medidas de austeridade impostas à Grécia

15:45 | 18/06/2012
Partido vitorioso nas eleições parlamentares gregas quer renegociar imposições atreladas ao pacote de resgate. Partidos ainda discutem uma nova coalizão para governar o país. Após a apertada vitória do partido conservador Nova Democracia nas eleições parlamentares da Grécia, a Alemanha quer que o governo grego reafirme seu compromisso com as medidas de austeridade acertadas por Atenas com os credores internacionais. Nesta segunda-feira (18/06), a chanceler federal alemã, Angela Merkel, rejeitou qualquer afrouxamento nas reformas impostas aos gregos. Pouco depois de desembarcar em Los Chabos, no México, onde participará da cúpula do G20, Merkel afirmou que o novo governo em Atenas precisa respeitar o acordo e reafirmou não ver motivos para discutir um novo pacote de ajuda. O partido grego vencedor voltou a defender nesta segunda-feira alterações às imposições atreladas ao pacote de resgate, a fim de "reduzir o sofrimento da população com o desemprego e grandes dificuldades". A legenda quer ainda estender até 2016 o prazo para cumprimento de metas, hoje estabelecido para 2014. Em entrevista à rádio Deutschlandfunk, o ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, também garantiu que "a substância das reformas não está em negociação". No entanto, afirmou que alguns prazos podem ser revistos. "Estamos preparados para conversar sobre o cronograma, pois não podemos ignorar essas semanas perdidas, e não queremos que o povo grego, que já está tendo uma vida difícil, sofra ainda mais." A possibilidade é vista com desconfiança por alguns. Para Jörg Asmussen, diretor do Banco Central Europeu (BCE), estender o prazo para que a Grécia faça os cortes orçamentários necessários e atinja um deficit máximo de 3% do seu PIB pode significar que o país precise mais de recursos. Negociações continuam O breve alívio dos mercados internacionais com a vitória nas urnas do partido grego a favor do euro não durou muito. Pode ser uma ameaça o aparente fracasso do líder do Nova Democracia, Antonis Samaras, em obter um amplo apoio popular na aplicação dos cortes e das taxações exigidas pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional. Os conservadores obtiveram apenas 30% dos votos, contra 27% dos radicais de esquerda, que ficaram em segundo lugar. Com isso, as grandes lideranças mundiais querem que os gregos formem um novo governo o mais rapidamente possível. Após encontro com Samaras nesta segunda-feira, o presidente grego, Karolos Papoulias, confiou-lhe a missão de negociar a nova composição. Ele terá três dias para formar a nova composição. Assim que os primeiros resultados das eleições apontaram para a estreita vitória dos conservadores, foram iniciadas as conversas para uma coalizão com o partido socialista Pasok. Evangelos Venizelos, líder da legenda, disse que a discussão para se chegar a um acordo deve continuar nesta terça-feira. Juntos, os dois alcançam maioria no Parlamento. Venizelos insiste na tentativa de buscar uma ampla coalizão para formar o governo, embora os radicais do Syriza, segundo lugar no pleito, já tenham declarado que ficarão na oposição. Crise adiada "Esta crise foi adiada, e não necessariamente evitada", avalia Theodore Couloumbis, analista político e vice-presidente da think thank Eliamep, sediado em Atenas. "Para este governo durar é preciso mostrar resultados. Não se pode continuar com 50% de desemprego entre os jovens e com o país entrando no quinto ano seguido de recessão". O presidente dos EUA, Barack Obama, conversou com líderes europeus logo após as eleições na Grécia e agendou um encontro na noite desta segunda-feira, primeiro dia do encontro do G20, ressaltando grau de preocupação em Washington com um eventual aprofundamento da crise do euro. As dificuldades enfrentadas na Europa poderiam contaminar a ainda fragilizada economia norte-americana poucos meses antes de Obama tentar a reeleição. MSB/rtr/dapd/ap Revisão: Augusto Valente

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