A polícia russa dispersou um acampamento de protesto instalado no centro de Moscou, local que havia se transformado num ponto de encontro dos opositores do presidente Vladimir Putin, e detiveram brevemente 20 ativistas, numa demonstração de força que faz parte da crescente repressão à oposição.

Ao tentar intimidar os oponente dos 12 anos de governo Putin, as autoridades colocaram atrás das grades os principais organizadores de protestos, ameaçaram outros com represálias e propuseram uma lei que determina um aumento de 300 vezes na multa por participar de manifestações não autorizadas.

Alguns líderes opositores esperam que medidas mais duras aumentem a raiva da população e resulte em manifestações ainda maiores. Mas outros temem que a repressão prejudique o movimento opositor e amedronte principalmente as pessoas de classe média, que compareceram às dezenas de milhares nas manifestações pacíficas.

Os organizadores do acampamento desistiram de colocar pôsteres e faixas com conteúdo político, nem gritaram slogans desse tipo para que o acampamento não pudesse ser considerado, tecnicamente, um protesto sem autorização. Algumas milhares de pessoas passavam pelo local diariamente, mas o comparecimento caía ao cair da noite.

As autoridades permitiram que o acampamento funcionasse durante uma semana, mas perderam a paciência depois que, na terça-feira, um tribunal apoiou um processo aberto por moradores do local, afirmando que a vigília estava causando confusão.

A polícia dispersou o acampamento na manhã desta quarta-feira. Os organizadores da manifestação convocaram a transferência para um outro local, no centro de Moscou. A polícia não interveio quando dezenas de ativistas iniciaram uma reunião numa praça em outro ponto da cidade.

As autoridades também permitiram que um grupo de escritores populares realizasse milhares de marchas pelo centro de Moscou durante o final de semana. Pintores importantes e outros participantes do cenário cultural da capital pretendem realizar uma manifestação semelhante nesta semana. As informações são da Associated Press.