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Crise europeia domina agenda de cúpula do G8

09:56 | 19/05/2012
Na reunião do G8, líder alemã tem a difícil missão de defender sua estratégia para a crise europeia. Crise no governo grego, proteção do clima, luta contra a fome e a situação na Síria também estão na pauta. Na cúpula do G8, realizada em Camp David, residência de verão do presidente norte-americano, a premiê alemã Angela Merkel tem a difícil missão de defender sua estratégia de combate à crise combinando austeridade e impulsos para o crescimento econômico. A reunião foi iniciada na noite de sexta-feira (18/05) com um jantar informal, durante o qual o tema principal foi a crise da dívida do euro e a fraca conjuntura econômica mundial. A cúpula oficial começa neste sábado (19/05). O chamado grupo G8 inclui EUA, Canadá, Japão, Rússia, Alemanha, França, Reino Unido e Itália. Além deles, tradicionalmente também participa da reunião a liderança da União Europeia, representada pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Hollande tem apoio de Obama Pouco antes da abertura do encontro, o presidente Obama recebeu na Casa Branca o novo presidente francês, François Hollande. Ambos demonstraram concordar a respeito da melhor estratégia de combate da crise europeia, destacando a importância de se priorizar o impulso ao crescimento, em detrimento da visão de Merkel, que aposta em rigor fiscal e austeridade. Em entrevista coletiva à imprensa, Obama pediu para que os membros do G8 deem tanta atenção ao crescimento econômico na Europa quanto à consolidação fiscal. O presidente norte-americano concordou com Hollande ao ressaltar que esta questão é de grande importância não só para os europeus, como também para toda a economia mundial. Hollande também salientou que "o crescimento deve ser uma prioridade." Antes de sua partida para os EUA, Merkel já tinha definido com seus parceiros europeus posições comuns para a reunião do G8. Há uma concordância bastante ampla de que austeridade e crescimento não se excluem mutuamente ", afirmou Steffen Seibert, porta-voz da premiê. Nos EUA, o clima é de relativo alívio, após indícios de que Merkel, isolada com seus duros programas de austeridade, parece agora mais disposta a aceitar medidas complementares de estímulo na solução da crise europeia. EUA temem turbulência econômica Obama teme um revés para a recuperação econômica dos EUA, caso a economia europeia continue enfraquecida e se uma possível saída da Grécia da zona do euro vier a causar uma turbulência internacional. De acordo com fontes internas próximas à delegação dos EUA, Washington teme que a falência da Grécia traga consequências para a economia global similares às do colapso do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers em 2008. Além da crise da dívida europeia e do caos no governo da Grécia, fazem parte da pauta do encontro do G8 assuntos como desenvolvimento econômico, proteção do clima e luta contra a fome. Outro item importante da agenda é o derramamento de sangue na Síria. Todos os participantes enfatizaram a necessidade de mudança política, segundo relatou a mídia norte-americana. Nem mesmo Moscou se opõe à ideia a Rússia é considerada um importante aliado do regime sírio. O plano de paz do enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, baseado essencialmente no envio de observadores, deverá ser implementado, de acordo com os participantes do G8. Os programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte, assim como a situação dos direitos humanos em Mianmar, estão na agenda da reunião em Camp David. Retirada do Afeganistão Outro tema importante sobre o qual há muita divergência é o futuro do Afeganistão. A partir de 2014, o país deverá cuidar de sua própria segurança. Mas a França não quer seguir o calendário da Otan para a retirada das tropas internacionais do Afeganistão. Hollande afirmou que permanece fiel a suas promessas de campanha. Na entrevista concedida ao lado de Obama, Hollande disse que a França se compromete a contribuir de outra forma para a segurança no Afeganistão. O G8 é responsável por 80% da ajuda civil ao Afeganistão. A retirada das tropas internacionais do país, em 2014, será priorizada na cúpula de dois dias da Otan, a ser aberta em Chicago neste domingo (20/05). MD/rtr/dadp/dpa Revisão: Soraia Vilela

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