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Causas da tragédia do voo Rio-Paris serão reveladas em 5 de julho

16:23 | 30/05/2012

PARIS, 30 Mai 2012 (AFP) - As causas da tragédia do voo Rio-Paris, em que 228 pessoas morreram em junho de 2009, serão reveladas no dia 5 de julho após a divulgação de um relatório da justiça francesa que deve determinar posteriormente eventuais responsabilidades penais.

O acidente com um Airbus A330 da companhia Air France, que caiu no dia 1º de junho de 2009 no Oceano Atlântico próximo à costa brasileira, custou a vida dos 228 passageiros e membros da tripulação.

O Escritório de Investigações e Análises (BEA), organismo do Estado francês encarregado das investigações em matéria de segurança aérea, anunciou nesta quarta-feira que "divulgará o relatório final da investigação na quinta-feira, 5 de julho".

O documento deve retomar amplamente suas conclusões preliminares de julho de 2011. Os investigadores haviam ressaltado na época uma série de falhas dos pilotos, considerando que não souberam administrar incidentes ocorridos nas últimas horas de voo.

Eles revelaram em particular respostas inadequadas à perda dos indicadores de velocidade causada pelo congelamento das sondas Pitot, situação para a qual os pilotos não tinham sido treinados, e à brusca perda de altitude da aeronave que eles pareciam não ter detectado.

O veredicto, puramente técnico, do BEA deve ser precedido, menos de uma semana antes, pelas primeiras conclusões dos especialistas encarregados de analisar o aspecto judicial do acidente.

"Recebemos hoje (quarta-feira) uma carta da juíza de instrução nos informando da divulgação do relatório judicial no dia 30 de junho", indicou à AFP Robert Soulas, presidente da associação de famílias das vítimas.

"Ele conterá as primeiras conclusões dos especialistas judiciais e será submetido às partes civis, assim como os indiciados", referindo-se à Air France e à construtora europeia Airbus.

 

 

Erro humano lamentado 

As diferentes partes terão então a possibilidade de manifestar observações. Esse relatório retomará ao mesmo tempo os elementos técnicos e as análises médico-legais, explicou uma fonte judicial.

"Os ocupantes do avião não tiveram tempo de sofrer. De acordo com as conclusões dos especialistas médico-legais praticadas nos corpos resgatados, as mortes foram quase instantâneas" com o impacto no oceano, acrescentou a mesma fonte.

A hipótese de erro humano foi lamentada pelas partes civis, pela companhia e por representantes dos pilotos.

"Espero que o juiz de instrução analise o caso com um olhar novo, levando em consideração todos os elementos, que ele dê prova de bom senso", comentou Yassine Bouzrou, advogada de várias famílias de vítimas.

Robert Soulas indicou que as famílias das vítimas esperam "esclarecimentos técnicos sobre o avião para distinguir o que os pilotos não conseguiram fazer do que eles não conseguiram fazer".

A associação aguarda recomendações específicas para o A330, para os procedimentos das tripulações, assim como para a formação dos pilotos.

"Durante a investigação, falou-se muito do alarme de perda de altitude ou do PHR (plano horizontal regulável) do avião", disse a título de exemplo, considerando que esses dois elementos podem ter contribuído para induzir os pilotos ao erro no dia da tragédia.

O caso do voo AF447 terá consequências econômicas para o setor aeronáutico, já que Air France e Airbus são acusadas desde março de 2011 por "homicídios culposos".

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