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AFP - QG do candidato à presidência egípcia Ahmad Shafiq é atacado

Shafiq é um ex-comandante do Estado-Maior da Aeronáutica que foi o último chefe de governo de Mubarak

07:11 | 29/05/2012

CAIRO, 29 Mai 2012 (AFP) - O QG de campanha do candidato à eleição presidencial egípcia Ahmad Shafiq, ex-primeiro-ministro de Hosni Mubarak, foi atacado na segunda-feira à noite e totalmente saqueado e um anexo incendiado.

Uma garagem na qual estavam guardados cartazes foi incendiada. Em todos os cômodos, os móveis e computadores foram destruídos, assim como várias portas, janelas e espelhos. A rua do prédio está repleta de panfletos do candidato.

O ataque aconteceu poucas horas depois da confirmação oficial de que Shafiq, que foi primeiro-ministro do presidente destituído Hosni Mubarak, enfrentará o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi, no segundo turno da eleição presidencial, nos dias 16 e 17 de junho.

Segundo a polícia, oito pessoas foram detidas nas proximidades do QG. Os partidários de Shafiq acusam os adversários islamitas e grupos de jovens ligados à revolta do ano passado contra Mubarak.

"Estávamos lá dentro quando nos atacaram. Eles atearam fogo na garagem onde ficava o material eleitoral do general Shafiq", declarou um membro de sua equipe de campanha, sem se identificar.

Ao menos 20 partidários do candidato, reunidos diante do QG, gritavam "Por nossa alma e nosso sangue, nos sacrificaremos por tu, Shafiq", acusando adversários políticos do candidato pelo ataque.

Bombeiros indicaram que o incêndio foi rapidamente controlado. Vários cartazes do candidato estavam espalhados pela rua diante do prédio.

Uma manifestação reuniu cerca de mil pessoas durante a noite de segunda-feira na Praça Tahrir, no centro da capital egípcia, para protestar contra a presença de Shafiqáno segundo turno da eleição.

Shafiq é um ex-comandante do Estado-Maior da Aeronáutica que foi o último chefe de governo de Mubarak.

"O general Shafiq só será presidente quando eu estiver morto", dizia uma faixa, enquanto os manifestantes pisavam em cartazes e adesivos do candidato, constatou um outro jornalista da AFP.
Durante a noite, manifestantes e indivíduos à paisana se enfrentaram na Praça Tahrir, epicentro da revolta contra o presidente Hosni Mubarak, forçado a se demitir no dia 11 de fevereiro de 2011.

Os adversários de Shafiq, principalmente os movimentos de jóvens que lideraram a revolta contra Mubarak, acusam Shafiq de ser o candidato dos militares que dirigem o Egito desde a renúncia do presidente.

A Comissão Eleitoral confirmou na segunda-feira os resultados do primeiro turno das eleições, realizado nos dias 23 e 24 de maio, com Mohamed Morsi obtendo 24,7% dos votos e Shafiq, 23,6%.

Shafiq promete trazer a estabilidade de volta ao Egito, uma questão muito simpática aos egípcios após 15 meses de transição salpicada por violência.

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