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Anistia denuncia discriminações contra os muçulmanos na Europa

16:19 | 23/04/2012
LONDRES, Reino Unido, 23 Abr 2012 (AFP) - A Anistia Internacional denunciou nesta terça-feira, em relatório, as "discriminações" contra os muçulmanos em países europeus como a França e a Bélgica, e a exploração política de "preconceitos".
Num informe relacionado a França, Bélgica, Holanda, Espanha e Suíça, a Anistia Internacional faz um apelo aos governos europeus "a fazer mais para evitar estereótipos negativos (...) contra os muçulmanos, o que motiva discriminações, essencialmente na educação e no mundo do trabalho".
"Ao não repelir esses preconceitos, os partidos políticos os encorajam de forma vil, em sua busca por votos nas eleições", considerou Marco Perolini da Anistia.
"Mulheres muçulmanas são recusadas em empregos e jovens são impedidas de frequentar as aulas simplesmente porque usam roupas tradicionais, como o lenço", destacou. "Os homens podem ser demitidos por usarem barbas associadas ao Islã."
Na França, na Bélgica e na Holanda, os empregadores estão autorizados, mesmo violando as regras da legislação europeia, a discriminar muçulmanos a pretexto de que "os símbolos religiosos ou culturais vão irritar os clientes ou os colegas", observa a organização de defesa dos direitos humanos.
A legislação europeia que rege o assunto "parece ser ineficaz (...), a ponto de constatarmos uma taxa mais elevada de desemprego entre os muçulmanos, em particular entre os de origem estrangeira", prosseguiu Perolini.
No relatório intitulado "Escolha e preconceito: as discriminações contra os muçulmanos na Europa", publicado dois dias após o resultado histórico obtido pela ultradireita na França, a Anistia insiste na questão segundo a qual "usar símbolos ou roupas de origem religiosa ou cultural faz parte do direito à liberdade de 'expressão".
"A proibição de usá-los (...) não é o bom caminho", considera a organização, visando, implicitamente a França, que proibiu há um ano o uso do véu integral no espaço público.
"Um veto geral pode representar um preconceito ao acesso das meninas e mulheres à educação e violar seu direito à liberdade de expressão", prosseguiu a Anistia.
A organização denuncia, também, o acesso limitado concedido aos muçulmanos para fazer suas orações, principalmente na Suíça, onde a população votou em 2009 contra a construção de novos minaretes, e na Catalunha (leste da Espanha) onde alguns devem rezar do lado de fora, por falta de locais adequados para as preces.
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