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AFP - AI denuncia discriminações contra muçulmanos na Europa

06:35 | 24/04/2012
LONDRES, 24 Abr 2012 (AFP) - A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta terça-feira as discriminações contra os muçulmanos em países como França ou Espanha, assim como a exploração política dos preconceitos. Em um relatório concentrado na França, Bélgica, Holanda, Espanha e Suíça, a organização pede aos governos europeus que "façam mais para atacar os estereótipos negativos contra os muçulmanos, que estimulam as discriminações, essencialmente na educação e no setor trabalhista". "Ao invés de responder a estes preconceitos, os partidos políticos consentem com estes, geralmente em busca de votos eleitorais", afirmou o analista da AI Marco Perolini. "Mulheres muçulmanas são recusadas em empregos e jovens são impedidas de frequentar aulas simplesmente porque vestem roupas tradicionais, como o véu. Alguns homens podem ser demitidos pelo uso de barbas associadas ao islã", disse. Na França, Bélgica e Holanda, os empregadores estão autorizados, em violação à legislação europeia, a discriminar os muçulmanos com o pretexto de que "os símbolos religiosos ou culturais deixarão os clientes ou colegas nervosos", destaca o relatório da organização de defesa dos direitos humanos. A legislação europeia na área "parece ser ineficaz porque observamos uma taxa mais elevada de desemprego entre os muçulmanos, em particular entre as mulheres muçulmanas de origem estrangeira", afirmou Perolini. No documento com o título "Escolha e preconceito: as discriminações contra os muçulmanos na Europa", a Anistia insiste que "usar símbolos ou roupas religiosas ou culturais fazem parte do direito à liberdade de expressão". "A proibição não é um bom enfoque porque coloca em risco o acesso das jovens muçulmanas à educação e viola seus direitos à liberdade de expressão", afirma a organização, que lembra que a França proibiu o uso do véu integral em locais públicos. A AI denuncia também o acesso limitado dos muçulmanos aos locais de oração, sobretudo na Suíça, onde a população votou em 2009 contra a construção de novos minaretes, e na Catalunha (Espanha), onde alguns são obrigados a rezar ao ar livre em consequência da falta de espaços adequados. "Existe uma onda de opinião em muitos países europeus de que o Islã está bem e os muçulmanos também enquanto não são muito visíveis. Esta atitude está gerando violações dos direitos humanos e deve ser impugnada", concluiu Perolini.

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