Condomínio San Franccesco é desinterditado após quase quatro meses de obras

Liberação ocorreu após a conclusão das obras de reforço e recuperação estrutural que corrigiram o problema de afundamento do solo

20:52 | Nov. 03, 2025

Por: Carlos Daniel
Laudo técnico comprova a segurança da estrutura e afirma ser possível construir até mais três andares sem comprometer a estabilidade (foto: FÁBIO LIMA)

Após quase quatro meses interditado, o Condomínio San Franccesco, localizado no bairro Joaquim Távora, em Fortaleza, foi reaberto oficialmente às 15h25min desta segunda-feira, 3, com a remoção do adesivo de interdição pela Defesa Civil. A liberação ocorreu após a conclusão das obras de reforço e recuperação estrutural que corrigiram o problema de afundamento do solo.

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O prédio havia sido interditado no dia 4 de julho deste ano, depois que o engenheiro Pablo Torres identificou um recalque na fundação — quando parte da base começa a ceder por falta de apoio adequado. Cerca de 30 famílias precisaram deixar seus apartamentos sob risco de desabamento.

De acordo com o laudo técnico, o recalque pode ter sido causado por acúmulo de água na área, possivelmente relacionado a obras realizadas na região, no entanto as causas definitivas ainda estão sendo estudadas.

Durante o processo de recuperação, foram construídas 13 novas sapatas e 13 pilares de reforço, além da reforma dos 41 pilares já previstos no projeto inicial. Também foi retirado o balanço da estrutura — parte da construção que ultrapassa o limite dos pilares — o que, segundo o engenheiro, contribuiu para estabilizar o edifício e reduzir seu movimento.

“Fizemos a resolução completa da patologia não apenas com a recuperação mas também com reforço estrutural. Hoje, o San Franccesco não apresenta risco nenhum”, afirmou Pablo Torres.

No dia 27 de outubro passado, foram retiradas as 170 escoras utilizadas para evitar o desabamento da estrutura. Segundo o engenheiro, o prédio será monitorado periodicamente.

“Costumo dizer que é como um paciente transplantado, ou seja, a cada seis meses faremos vistorias, mas ele está 100% estruturalmente corrigido”, destacou.

 

Defesa Civil confirma segurança do edifício

O coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, tenente-coronel Haroldo Gondim, explicou que a desinterdição foi autorizada após análise detalhada do parecer técnico emitido pelo engenheiro responsável.

“Durante quatro meses acompanhamos in loco as obras e recebemos registros fotográficos de todas as intervenções. O laudo técnico comprova que as patologias foram corrigidas e a estrutura está segura. Por isso, emitimos o parecer conclusivo pela desinterdição”, afirmou Gondim.

Ele acrescentou que, embora o prédio não esteja mais sob monitoramento direto do órgão, os contatos da Defesa Civil permanecem à disposição dos moradores.

“Caso seja observada qualquer trinca ou movimentação anormal, os moradores podem acionar a Defesa Civil imediatamente. Se houver necessidade, uma nova interdição pode ser realizada”, completou.

 

Retorno imediato dos moradores

Para os moradores, o momento foi de alívio. Segundo o subsíndico do condomínio, Herbert Lemos, a notícia da desinterdição foi recebida com entusiasmo.

“Ficamos sabendo na quinta-feira, 27, quando o engenheiro Pablo informou que as obras estavam concluídas. Desde então, aguardávamos apenas a liberação oficial”, contou.

Durante o período de interdição, os condôminos precisaram se abrigar em casas de parentes, amigos e até pagar aluguel. O retorno dos moradores foi imediato, com quatro apartamentos ocupados no momento da desinterdição.

“Esses meses foram meio difíceis com uma mudança completa de rotina, mas agora, com o prédio seguro, a gente pode retomar a vida com tranquilidade”, disse Herbert.