Policial Civil aposentado foi ameaçado e teve casa tomada um dia antes de ser morto
Dez dias após a morte do policial aposentado João Lopes Cavalcante, não há registro de prisões relacionadas ao caso
21:09 | Out. 20, 2025
O policial civil aposentado João Lopes Cavalcante, 70, morto a tiros no bairro Demócrito Rocha, em Fortaleza, teve uma das casas de sua propriedade tomada por integrantes de facções criminosas, que alugaram a residência para uma terceira pessoa.
O POVO apurou que, ao tentar reaver o imóvel, ele foi agredido e ameaçado por criminosos. No dia seguinte, 10 de outubro, João Lopes foi morto a tiros. O crime completou 10 dias sem registro de prisões.
Conforme fonte ligada à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a vítima era proprietária da casa e havia um contrato de aluguel com vigência até o dia 8 de outubro.
No dia seguinte ao vencimento do contrato, o aposentado foi até o local e verificou que havia uma nova pessoa residindo na casa e um novo contrato, no qual ele não teria conhecimento.
De acordo com o relato da fonte, a pessoa que estava no imóvel mostrou o contrato com o nome do falso proprietário e o policial informou que a casa era dele.
Houve um desentendimento no local e João Lopes foi empurrado e ameaçado por criminosos. Houve o registro de um Boletim de Ocorrência (B.O) sobre o caso no 16º Distrito Policial, que é responsável pela região.
O policial civil chegou a retirar os móveis de dentro da casa e trocou os cadeados. A vítima era proprietária de uma sucata e no dia seguinte trabalhou normalmente. No fim do dia, ao fechar o estabelecimento, foi surpreendido por um criminoso.
O homem afirmou saber que João Lopes era policial e disse que ele não reagisse. Em seguida, efetuou pelo menos seis disparos de arma de fogo. Um tiro atingiu a mão e outro o peito.
Outros disparos atingiram a parede e o pneu do carro dele. A vítima foi socorrida a uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos.
"Era uma pessoa querida, todo mundo gostava dele", descreve um amigo
O POVO conversou com um amigo da família, que relatou um clima de tristeza e de desespero em relação ao caso.
"Teve uma discussão, disseram que ele ia morrer e no outro dia aconteceu. Ele era uma pessoa querida, todo mundo gostava dele, ajudava todo mundo, aconselhava, todos estão arrasados, os amigos aos prantos. Lopes trabalhou na Furtos e Roubos na década de 80. Ele deixa esposa e filho", relata uma fonte próxima da família.
A Polícia Civil do Ceará informou que o caso é investigado pela 11ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). "As informações sobre a investigação não serão repassadas para não comprometer o trabalho policial", informou o órgão.