Outubro verde: conheça o mês de prevenção e combate à sífilis
A campanha visa alertar a população sobre os riscos da doença e incentivar a prevenção e o diagnóstico precoce
16:18 | Out. 14, 2025
Você já ouviu falar do Outubro Verde? Além das ações de combate ao câncer de mama, o mês de outubro também é dedicado à prevenção e diagnóstico da sífilis, uma das infecções mais antigas do mundo.
A campanha busca alertar a população sobre os riscos da doença, que pode ser transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, de forma vertical (da mãe para o bebê durante a gestação) ou por transfusão de sangue. Embora seja uma doença curável, se não tratada, pode levar à morte.
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Mas afinal, o que é a sífilis?
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. A médica generalista Kízia Araruna explica que existem duas formas da doença: a adquirida e a congênita.
A sífilis adquirida ocorre ao longo da vida por meio de relações sexuais desprotegidas, seja oral, vaginal ou anal. Já a sífilis congênita é transmitida de forma vertical, quando a mãe infectada passa a doença para o bebê durante a gestação.
“O simples contato entre mucosas genitais — principal região de aparecimento das feridas — é suficiente para ocorrer a transmissão”, explica a médica.
Sintomas da doença
Os sinais e sintomas da sífilis variam conforme o estágio da infecção, que se divide em três fases:
Sífilis primária: conhecida como “cancro duro”, geralmente se apresenta como uma ferida única no local de entrada da bactéria — pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele. Normalmente é indolor e pode vir acompanhada de caroços na virilha. Surge entre 10 e 90 dias após o contágio.
Sífilis secundária: os sinais aparecem entre seis semanas e seis meses após a cicatrização da ferida inicial. Além das lesões, podem surgir manchas nas palmas das mãos e plantas dos pés, que não coçam.
Sífilis terciária: é a fase mais grave e pode se manifestar entre um e 40 anos após a infecção inicial. Afeta a pele, ossos, coração e sistema nervoso, podendo levar à morte.
Segundo Kízia, mesmo que os sintomas desapareçam sozinhos em qualquer fase, a doença permanece ativa no organismo e requer tratamento médico.
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Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por testes rápidos, disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com resultado em até 30 minutos.
“Esses exames detectam anticorpos contra a bactéria e permitem o tratamento precoce, evitando complicações graves. Uma vez confirmado o diagnóstico, o acompanhamento médico é essencial”, orienta a médica.
O tratamento também é oferecido pelo SUS e é feito com antibióticos do grupo das penicilinas, ajustados conforme a fase da doença e o estado clínico do paciente. A sífilis tem cura, mas é possível se reinfectar em caso de novas relações desprotegidas.
“O uso de preservativos, a testagem regular entre casais e o acompanhamento pré-natal adequado são medidas simples que salvam vidas”, afirma.
Serviço
Na próxima sexta-feira, 17, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) estará das 9 as 17 horas em todos os terminais urbanos de Fortaleza, realizando testes gratuitos para sífilis. A ação é aberta a toda a população e faz parte da campanha do Outubro Verde, que reforça a importância do diagnóstico e do tratamento precoce.