Alunos da rede municipal participam de palestra contra o uso de cigarros eletrônicos

O momento busca alertar os alunos para os riscos de doenças decorrentes do fumo, como diversos tipos de câncer e graves problemas respiratórios

13:05 | Set. 01, 2023

Por: Kleber Carvalho
Ação em escola da rede municipal de Fortaleza buscou conscientizar sobre os riscos de cigarros eletrônicos (foto: Kleber Cavalcante/Especial para O POVO)

Estudantes da Escola Municipal José Ayrton Teixeira, no bairro Novo Mondubim, em Fortaleza participaram na manhã desta sexta-feira de uma palestra sobre os riscos do uso de cigarros. O momento trouxe informações sobre as consequências de diversas modalidades de fumo, com foco no cigarro eletrônico, que tem se popularizado entre os jovens.

Conhecido como “vaper”, o instrumento se vale de cores, aromas agradáveis e até sabores de frutas para conquistar novos usuários. Todos esses atrativos são utilizados para disfarçar as graves consequências causadas pelo seu consumo, que podem ser até piores que a do cigarro convencional.

“Como eles [os vapers] são produtos que entram [no Brasil] de forma ilegal, muitas vezes a gente não sabe nem quais são todas as substâncias que estão contidas nesse cigarro. Então, eles causam males desde problemas cardíacos, problemas pulmonares, câncer de boca, de garganta e em vários outros sistemas”, explica a gerente da célula de vigilância sanitária, Eline Saraiva.

Segundo o relatório Covitel – Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, realizado pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), cerca de 19% da população entre 18 e 24 anos já experimentou o dispositivo.

Para evitar esse crescimento, é necessário realizar um trabalho de base, principalmente com pessoas na adolescência, período de muitas mudanças no corpo e no comportamento humano. “A gente sabe que a maioria das pessoas que faz uso de cigarro iniciou o uso ainda na adolescência”, acrescenta Eline.

Nos casos de quem já passou por essa fase e ainda lida com as consequências do tabagismo, a gerente destaca o serviço prestado nas unidades básicas de saúde do Município, que disponibilizam grupos de apoio para fumantes que desejam largar o vício. “A pessoa pode procurar a unidade de saúde para ver se na unidade mais próxima da casa tem esse grupo. A gente tem 40 unidades espalhadas por toda Fortaleza que fazem esse grupo de combate ao tabagismo”, conclui.

A palestra desta manhã faz parte de uma semana de ações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com estudantes de Fortaleza, em alusão ao dia Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 28 de agosto. “Foi importante já para jovens que estão escolhendo mais a vida de moda, de querer fumar, ao invés de escolherem a própria saúde, que é o mais importante”, pontua a estudante Thicianny Oliveira, de 14 anos.

O momento serviu para esclarecer dúvidas como a de Thicianny, que questionou sobre o impacto das substâncias, que são prejudiciais. “Eu não sabia que se eu fumar só um pouquinho de Narguilé [também discutido na palestra] é um poder de mais de 100 cigarros”, conta Guilherme Batista, 13, também aluno da instituição.

Iniciada na última segunda-feira, 28 de agosto, as ações da SMS devem buscam abranger escolas de seis regionais da Capital, com um total de 720 alunos beneficiados até a próxima terça, 5 de setembro.