Ex-funcionários de empresa de ônibus cobram pagamento de rescisões
De acordo com ex-cobradores da empresa São José de Ribamar, cerca de 250 a 270 trabalhadores aguardam, desde 2012, seus pagamentos
[SELOLEITOR] Ex-funcionários de uma empresa de ônibus que operou até 2012 em Fortaleza, a São José de Ribamar, procuraram o O POVO Online para denunciar e cobrar o pagamento de rescisões de contratos de trabalho.
A São José de Ribamar deixou de operar e atender as 17 linhas que cobria, após perder a licitação para explorar os serviços de transporte público na Capital cearense.
De acordo com Paulo Roberto da Silva, 26, ex-cobrador da empresa, foi dada baixa na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) dos funcionários no dia 30 de junho de 2012, mas até hoje os pagamentos não teriam sido devidamente efetuados.
Ainda segundo o ex-cobrador, que trabalhou na empresa durante dois anos e 11 meses, cerca de 250 a 270 funcionários demitidos foram afetados, pois a única remuneração recebida corresponde ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A empresa teria alegado que não tinha dinheiro suficiente para sanar as dívidas com os funcionários.
[SAIBAMAIS 4]
"Eles pagavam o nosso salário em dia. O FGTS foi depositado em uma agência na avenida 13 de maio, mas não recebemos aviso prévio indenizado, proporcional do décimo, férias, diferença salarial e 40% do FGTS", reclama Paulo Roberto.
Ele afirma que o caso foi levado para a Justiça e o pagamento deveria ser realizado a partir da venda de um terreno utilizado como garagem dos ônibus da empresa, localizado no bairro Vila União.
O terreno chegou a ser avaliado em mais R$ 3 milhões, porém houve contestação do valor por parte da empresa, que teria considerado o valor abaixo do apresentado por um oficial da Justiça Federal (R$ 9 milhões).
A crise econômica também é apontada pelo denunciante como um empecilho para a venda do terreno. "Vira aquela bola de neve e, quanto mais os anos passam, mais a dívida cresce e o valor do terreno diminui", afirma.
O ex-cobrador, Leandro Cassiano, reitera o pedido e afirma que o terreno não passou por mais nenhuma avaliação, pois segundo ele, o oficial de justiça bate na porta do terreno, mas ninguém atende.
Além de motoristas e cobradores, lavadores dos coletivos e funcionários do escritório não receberam as rescisões de contratos de trabalho.
Durante dois dias, O POVO Online tentou entrar em contato com proprietários da empresa, mas não obteve êxito.