PUBLICIDADE
Notícias

Batismo de fogo do Brasil na Segunda Guerra completa 70 anos

07:00 | 22/05/2012
NULL
NULL

Há exatos 70 anos, a pacata cidade de Fortaleza, com pouco mais de 180 mil habitantes, foi a porta de entrada de um convite nada agradável: entrar na II Guerra Mundial. Era 22 de maio de 1942 quando um avião B 25J Mitchel partia do Ceará para realizar o primeiro disparo contra um navio inimigo.

O Brasil, que até então se mantinha à distância da guerra iniciada em setembro de 1939, foi empurrado ao combate quando, quatro dias antes, um submarino italiano acertou o navio brasileiro Comandante Lyra dentro de águas nacionais.

Em 18 de maio de 1942, o navio brasileiro estava a 330 metros de Fernando de Noronha quando recebeu um torpedo, bombas e disparos de canhão de 100mm. O submarino Barbarigo foi certeiro e causou grandes prejuízos, mas não chegou a afundar o navio cearense. Parecia, então, mais um recado do que propriamente um ataque fatal.

Tanto que a edição do jornal O POVO do dia 25 de maio publicou “Está causando espécie, aqui, o fato de ter o submarino alemão, depois de atacar o navio brasileiro 'Comandante Lira', deixado o mesmo flutuando, com possibilidades de salvar-se, quando habitualmente os traiçoeiros e covardes corsários do Eixo não largam a sua presa antes de sabê-la de fato irremediavelmente perdida, sem se importar com a sorte das tripulações”.


Leia também:

- Avião parte de Fortaleza para disparar primeira bomba brasileira na guerra

- Notícias das batalhas chegam ao Ceará e angustiam população

- Ceará foi estratégico para americanos e brasileiros

- Americanos incentivaram o Brasil

- O que foi a guerra que dividiu o mundo

- Veja galeria com imagens das aeronaves

- Edições históricas do O POVO falam sobre o batismo de fogo


E o recado foi visto ao longe. O Comandante Lyra precisou ser rebocado até Fortaleza. Durante o percurso, a fumaça que saía do navio ganhava o céu e podia ser vista da capital cearense. A escolha do alvo não pareceu ser ao acaso.

No ano anterior, Fortaleza começou a receber a construção de uma base militar americana. O local é o bairro conhecido hoje por Pici. Outra base também passou a ser construída, anos depois, no Cocorote, área onde hoje funciona o aeroporto internacional de Fortaleza.


O Brasil precisava dar o troco.

B 25J Mitchell

Os aviões B 25J Mitchell, considerados bastante modernos para a Segunda Guerra Mundial, eram aeronaves bem equipadas com armas pesadas.
Veja a ficha técnica.

Motor: dois motores Wright R-2600-13 de 14 cilindros, cada um com 1.500 HP

Comprimento: 16,12 metros

Envergadura: 20,59 metros

Velocidade máxima: 438 km/h

Alcance máximo: 2.170 km

Armamento: 18 metralhadoras de 12,7 mm, oito foguetes não-guiados levados sob as asas e até 1.360 kg de bombas em um compartimento interno.

Tripulação: seis pessoas. Eram dois pilotos, um navegador que também era bombardeiro, um operador de rádio que também era artilheiro, um engenheiro de voo que também era artilheiro e um artilheiro de cauda.

[FOTO2]

 

 

 

 

 

 

 

Tema do Dia no O POVO 

Em entrevista ao programa Grande Jornal, da rádio O POVO/CBN (AM 1010), o coronel reformado da aeronáutica Sued Lima falou sobre a efeméride. Também na rádio, o professor de história André Rosa conversou com a equipe do programa Revista O POVO/CBN. Confira nos links abaixo.

Sued Lima

[VIDEO2]

André Rosa 

[VIDEO3]

O diretor de audiência do Grupo de Comunicação O POVO, Felipe Araújo, comenta o tema do dia no O POVO.


[VIDEO1]

Márcio Teles
marcio.teles@opovo.com.br

TAGS