Após articulação de Alckmin, China sinaliza prioridade no fornecimento de chips ao Brasil
Ministro e vice-presidente, Alckmin avalia como "passo importante" sinalização da China para canais de diálogo com montadoras brasileiras sobre chips
19:34 | Nov. 01, 2025
O governo chinês anunciou neste sábado, 1º de novembro, que vai abrir canais de diálogo com o setor automotivo brasileiro para garantir o fornecimento de chips essenciais à produção de carros flex no Brasil.
Informação foi dita pelo embaixador da China no Brasil, Zhu Quingqia, ao vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin.
Titular do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Alckmin se reuniu na última terça-feira, 28, com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças) e representantes do setor para solicitar apoio a China em meio a prevenção da crise.
A possível falta de chips reflete as disputas geopolíticas entre China e Estados Unidos da América (EUA) na produção de semicondutores.
O vice-presidente considerou o aceno como “um passo importante” para a cadeia automotiva, que emprega 1,3 milhão de pessoas.
“Trata-se de uma excelente notícia (…) A cadeia automotiva emprega 1,3 milhão de pessoas e tem impacto direto em outros setores, como siderúrgico, químico, plástico e borracha. Ainda temos de ver como isso se dará na prática, mas hoje demos um passo importante para que indústria automotiva brasileira continue crescendo e gerando empregos de qualidade”, comemorou.
Leia mais
Escassez de semicondutores e crise EUA x China
O risco de escassez de chips surgiu após o governo holandês intervir em uma empresa chinesa que atua na Holanda e detém cerca de 40% do mercado mundial de semicondutores usados em veículos flex
Grande parte desses chips, produzidos pela Nexperia, é embalada na China, que, em resposta à intervenção holandesa e à disputa sobre propriedade intelectual, suspendeu as exportações.
VEJA TAMBÉM | Trump e Xi concordam em reduzir a disputa comercial EUA-China
Na última quinta-feira, China e Estados Unidos anunciaram um acordo comercial que abre perspectivas para a normalização da produção e do comércio global de semicondutores.
Segundo o Ministério do Comércio da China, além das montadoras brasileiras, outras empresas afetadas pela escassez de chips poderão entrar em contato com autoridades comerciais do país.