Alemanha será a primeira compradora do H2V produzido no Ceará, diz diretor do Pecém

Pecém confirma investimento no hidrogênio verde como uma das principais rotas de desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário

12:00 | Out. 08, 2025

Por: Armando de Oliveira Lima
André Magalhães, diretor comercial do Complexo do Pecém (foto: AURÉLIO ALVES)

O hidrogênio verde (H2V) ainda está entre as principais apostas do Complexo do Pecém, com infraestrutura sendo garantida e contatos renovados, segundo assegurou André Magalhães, diretor comercial da Cipp SA. Para ele, os alemães devem ser os primeiros a exportar o combustível feito no Ceará.

Em Roterdã há cerca de um mês, o diretor comercial do Complexo do Pecém contou que "a cidade está em obras para passar dutos de hidrogênio, amônia".

O Porto de Roterdã, que tem 30% do Porto do Pecém, segue se preparando para receber o combustível e distribuir por toda a Europa.

Apenas do Pecém, os holandeses têm contrato para a compra de 25% da produção no complexo cearense. O transporte do H2V deve ser feito por um corredor verde entre os dois terminais, o qual foi desenhado em um memorando de entendimento entre as partes.

Mas a visita de Magalhães à Europa atestou ainda a garantia de compra do hidrogênio produzido no Ceará, segundo conta.

"A Alemanha está com uma fome total. Eles vão vir em massa, agora. Vem ministro e autoridades do alto escalão para o Ceará e isso nada mais é que o reflexo de que a demanda existe e eles estão vindo com força. Ouso dizer que a Alemanha será o primeiro cliente a comprar nosso hidrogênio verde"

"Zero dúvidas sobre H2V"

Perguntado sobre as críticas que o H2V tem recebido de especialistas do setor energético neste ano, o diretor comercial da Cipp SA afirma: "Eu tenho zero dúvidas sobre o hidrogênio verde. Pelo contrário. Se tivesse tudo pronto hoje, já teríamos clientes. Inclusive, para abastecer com combustível verde aqui no Porto do Pecém", afirmou em entrevista exclusiva ao O POVO.

Magalhães cita SAF (Combustível Sustentável da Aviação, na tradução da sigla em inglês), amônia e metanol como "subprodutos do hidrogênio" e cujo mercado apresenta demanda para o consumo. Isso fortalece os planos do Ceará e reforça o H2V, segundo ele.

O Estado continua com o maior número de projetos do Brasil - 38 com memorandos assinados -, dos quais sete pré-contratos foram selados entre empresas e o governo com expectativa de que dois deles confirmem os investimentos em 2026.

Em junho, o contrato com o consórcio Stolthaven/GES - formado pelas empresas Stolthaven Terminals e Global Energy Storage (GES) - foi renovado para a construção, operação e manutenção de toda a infraestrutura compartilhada ao pool dos produtores, necessária ao escoamento da amônia verde.

“Isso inclui uma rede de dutos ligando as plantas de produção aos tanques de armazenamento; tanques compartilhados para estocagem da amônia; uma segunda rede de dutos ligando esses tanques ao Píer 2 do Porto do Pecém; e a instalação de superestruturas no píer, como braços de carga, válvulas e demais componentes técnicos. Toda essa infraestrutura será instalada em uma área estimada de até 11,61 hectares”, detalhou a Cipp SA, na época.

O porto do Pecém como a casa do Hub de Hidrogênio Verde

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