Trump anuncia novas tarifas para remédios, caminhões pesados e móveis; entenda

A medida passa a valer a partir do dia 1º de outubro. O presidente americano disse que as tarifas são justificadas "por motivos de segurança nacional"

09:00 | Set. 26, 2025

Por: Fabiana Melo
O presidente republicano lidera uma ofensiva tarifária que pretende reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos (foto: ANGELA WEISS / AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicanos), anunciou novas tarifas de até 100% sobre produtos farmacêuticos, além de taxas sobre caminhões pesados e móveis fabricados no exterior. A medida foi anunciada no final da noite desta quinta-feira, 26. 

A partir de 1º de outubro, "vamos impor uma tarifa de 100% sobre qualquer produto farmacêutico de marca ou patenteado, a menos que uma empresa esteja construindo sua fábrica de produtos farmacêuticos nos Estados Unidos", escreveu o político em sua plataforma Truth Social.

Michael Wan, economista do banco japonês MUFG em Singapura, considera que, embora a definição de Trump "seja ambígua, partimos do princípio de que não incluirá os remédios genéricos enviados por países como a Índia".

A Federação Europeia de Indústrias Farmacêuticas (Efpia) afirmou que a implementação de novas tarifas americanas sobre medicamentos "criaria a pior das situações".

Também recordou que os impostos "aumentam os custos, perturbam as cadeias de abastecimento e impedem que os pacientes obtenham tratamentos vitais".

Já a Austrália, que exportou produtos farmacêuticos por um valor estimado de 1,35 bilhão de dólares (7,2 bilhões de reais) para os Estados Unidos em 2024, considerou que a decisão não é benéfica para os consumidores americanos.

"Compramos muito mais produtos farmacêuticos dos Estados Unidos do que eles compram de nós (...) Não é benéfico para os consumidores americanos impor um preço mais elevado às exportações australianas para os Estados Unidos", afirmou o ministro australiano da Saúde, Mark Butler.

Em outra publicação, Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre todos os 'caminhões pesados' fabricados no exterior para "apoiar os produtores americanos como "Peterbilt, Kenworth, Freightliner, Mack Trucks e outros". 

Entre as empresas estrangeiras que competem com estas montadoras no mercado americano estão a sueca Volvo e a alemã Daimler. As ações dos dois grupos registraram queda após o fechamento das Bolsas europeias na quinta-feira à noite.

O presidente americano disse que as tarifas sobre estes veículos são justificadas "por muitas razões, mas acima de tudo, por motivos de segurança nacional".

Temores sobre a inflação 

O magnata do mercado imobiliário ainda anunciou tarifas sobre materiais para reforma de casas. "Imporemos uma tarifa de 50% em todos os armários de cozinha, móveis de banheiro e produtos associados", escreveu em sua rede social.

A tarifa também entrará em vigor em 1º de outubro. "Além disso, cobraremos uma tarifa de 30% em móveis estofados", acrescentou.

Segundo a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos, em 2022 as importações, principalmente procedentes da Ásia, representaram 60% de todos os móveis vendidos, incluindo 86% dos móveis de madeira e 42% de todos os móveis estofados. 

As ações dos varejistas Wayfair e Williams Sonoma, que dependem destes produtos importados, desabaram após o anúncio de Trump. O presidente republicano lidera uma ofensiva tarifária que pretende reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos.

O governo Trump impôs uma tarifa básica de 10% para todos os países, com taxas mais elevadas para as nações cujas exportações para os Estados Unidos superam amplamente as importações.

A guerra tarifária reacende os temores sobre a inflação nos Estados Unidos. Trump deseja reconstruir o setor manufatureiro com políticas protecionistas, em oposição direta às diretrizes modernas do país para manter uma economia aberta e dependente das importações.

Com informações da AFP

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