Tarifaço dos EUA: pescados do Ceará somam 70% em prejuízos
Sindicato que representa a categoria observa a cadeia produtiva do pescado e o impacto do tarifaço em termos de embarcações e profissionais
10:47 | Set. 12, 2025
Os prejuízos com o tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros chegam a 70% em algumas cadeias produtivas, tais como a dos pescados no Ceará.
De acordo com Paulo Gonçalves, diretor do Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Estado (Sindfrio-CE) e da Compex Indústria e Comércio de Pesca e Exportação, o setor “vinha trabalhando com uma média de 500 toneladas por mês e caiu aí para uns 30% no mês de agosto.
Para ele, com a notícia de que o Governo do Ceará vai dar o socorro e vai ajudar as empresas, redimensionando a exportação, "existe a perspectiva de retorno”.
Ele se lembra que quando foi anunciado o tarifaço, as embarcações foram recolhidas.
"Então, quando o governo anunciou o subsídio, até você armar e colocar os barcos para pescar de novo, isso demora um tempo. Então, existe a previsão de retornar às 500 toneladas por mês até o fim de novembro, embora a gente tenha a expectativa de voltar até antes”.
“Nós estamos incentivando os barcos a voltar ao mar, porque os preços que nós estávamos praticando até o dia 3 ou 4 de agosto eram preços que realmente representavam o que a gente tinha para receber dos comerciantes. As empresas estavam reclamando de um preço muito baixo, em torno de R$ 22, R$ 23. E nós ajustamos com as embarcações para voltarem a pescar com um preço por volta de R$ 28, R$ 29”, explica Gonçalves.
O diretor do Sindfrio frisou o tamanho da cadeia produtiva do pescado e o impacto do tarifaço em termos de embarcações e profissionais afetados.
“Se você considerar que nós temos em torno de 1.200 embarcações por ano e nós temos, mais ou menos, cinco pessoas por embarcação. Estamos falando de 6 mil pessoas no mar e para cada pessoa que está no mar, eu preciso de cinco em terra, ou seja, estamos falando de cerca de 30 mil pessoas”, quantificou.