Acompanhe ao vivo: Lula anuncia plano de socorro para empresas afetadas pelo tarifaço
Segundo Haddad, o plano anunciado contempla as demandas do setor produtivo após reuniões com vários representantes
11:30 | Ago. 13, 2025
O presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participa nesta quarta-feira, 13 de agosto, de cerimônia para assinar a Medida Provisória (MP) Brasil Soberano, com o plano de socorro para as empresas afetadas pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos ao País.
Veja ao fim da matéria a lista de presentes no evento
Acompanhe a cerimônia ao vivo por meio deste link.
A informação foi divulgada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que afirmou, na terça-feira, 12, que o plano de contingência para socorrer empresas brasileiras está "100% definido". A apresentação ocorre no Palácio do Planalto.
Segundo Haddad, o plano contempla as demandas do setor produtivo após reuniões com vários representantes e deve ser o necessário para atender os afetados.
As medidas, conforme o ministro, serão custeadas via crédito extraordinário. Ou seja, ficarão fora do limite de gastos do arcabouço, mas serão contabilizadas no cálculo da meta fiscal.
Dentre as ações que serão anunciadas, Haddad confirmou que a preservação de empregos está prevista. No entanto, ele disse que há exceções, pois algumas empresas não poderão garantir os postos de trabalho, já que sofrerão um impacto muito grande em sua produção.
Assim, o titular da pasta afirmou que a medida trará "certa flexibilidade", visto que são afetados mais de 10 mil empregos.
Além disso, o ministro informou que o plano tem viés estrutural, para além de medidas conjunturais. Destacando que estão incluídas duas reformas estruturais que envolvem medidas de crédito e o Fundo de Garantia para Exportações (FGE).
Lula deve criar uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas afetadas
Também na terça-feira, 12, o presidente Lula anunciou que a MP criaria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas brasileiras prejudicadas pelo tarifaço.
O chefe do Poder Executivo ressaltou que o montante faz parte de um plano de contingência que "é só o começo" e que deverá ser ampliado conforme a necessidade.
Em entrevista à BandNews, ele afirmou que é preciso ajudar os empresários a "abrir e brigar por mercados", ressaltando que eles não devem deixar "barato" a sobretaxa de Trump. Ele se lembrou que há legislação nos EUA que permite às companhias processarem o governo local em situações desse tipo.
"Estamos pensando em ajudar, sobretudo, as pequenas empresas, o pessoal que exporta tilápia, frutas, mel, máquinas. As grandes têm mais poder de resistência", disse o petista. "Estamos estabelecendo um certo padrão de fazer uma 'briga' na Organização Mundial do Comércio (OMC)."
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O presidente acrescentou que o Brasil estuda medidas de reciprocidade, mas enfatizou que a intenção não é fazer bravatas. "Estamos pensando no que a gente vai colocar como reciprocidade. Não queremos fazer bravata", disse.
Reforçando que a ação dos Estados Unidos "não ficará impune", e que "o povo americano e o (presidente norte-americano) Donald Trump vão sofrer as consequências" da medida.
"Eu queria que entrassem no site americano e procurassem uma picanha. 'Um quilo de filé' estava sendo vendido por US$ 150. Uma coisa que o presidente Trump não pensou, embora ele diga que está juntando muito dinheiro, os produtos taxados em todos os países do mundo vão aumentar de preço nos EUA", disse o petista. "O povo tem que sentir na pele para saber qual será a reação às taxas do presidente Trump."
O presidente brasileiro disse ainda não ter subestimado o presidente norte-americano, mas avaliou que Trump "tem agido com certa anormalidade" na condução das relações comerciais com o Brasil.
Segundo ele, há um complexo de superioridade, como quem acha que "pode tudo", mas, na verdade, ele foi eleito presidente com prazo de validade, pois há o "dia da entrada" e da "saída".
"Nunca trato relação com presidente de forma ideológica", continuou o petista. "Não há conveniência pessoal, há interesses políticos, econômicos e pessoais. Faço isso com todo mundo", comentou
Tarifaço
A alíquota de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou a vigorar na quarta-feira, 6 de agosto. O líder norte-americano aplicou uma tarifa adicional de 40% sobre o País, que se somou à já anunciada recíproca de 10%.
A Casa Branca publicou uma lista de 694 itens que escaparam da sobretaxa adicional de 40%, incluindo importantes produtos da pauta de exportação brasileira aos EUA, como os aviões da Embraer, petróleo e suco de laranja.
Já mercadorias como café, pescados, outras frutas e carne foram atingidos, e se mobilizam para conseguir ingressar na lista de exceções. (Com Agência Estado)
Veja a lista de autoridades presentes na assinatura do plano de socorro contra o tarifaço
Ministros:
- Mauro Vieira
- Macaé Evaristo
- Márcio França
- Camilo Santana
- Esther Dweck
- Vinícius Carvalho
- André de Paula
- André Fufuca
- Alexandre Padilha
- Carlos Fávaro
Parlamentares:
- Bohn Gass
- Marcos Pereira
- Túlio Gadelha
- Ivan Valente
- Chico Alencar
- Nelsinho Trad
- Eliziane Gama
Devem entrar com a Lula:
- Fernando Haddad
- Rui Costa
- Gleisi Hoffmann
- Hugo Motta
- Davi Alcolumbre
- Mauro Vieira
Com informações de João Paulo Biage, correspondente do O POVO em Brasília