Após decreto federal, Ceará vai suspender exposições agropecuárias
Medida faz parte das ações de prevenção contra a gripe aviária publicadas no Diário Oficial da União e deve ser aplicada em todo o País
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estabeleceu, em todo o território nacional, medidas de prevenção diante do risco de disseminação da gripe aviária (IAAP-H5N1) e que serão adotadas pelo Governo do Ceará. A portaria suspende exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves, além da criação desses animais ao ar livre.
A determinação foi divulgada na quinta-feira, 27 de março, no Diário Oficial da União (DOU) e terá duração inicial de 180 dias, podendo ser prorrogada.
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No Estado, as medidas já começaram a ser implementadas com reforço no monitoramento das criações e na capacitação de equipes para atender possíveis suspeitas da doença, segundo David Caldas, gerente de Emergência e Informação Sanitária da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE).
Ele esclarece que desde o início da emergência sanitária, em 2023, o governo estruturou um protocolo de resposta rápida.
“Nós fizemos a capacitação desses servidores ainda no ano de 2023 para que tivessem habilidade na identificação e no atendimento a possíveis casos, desde a notificação até a necropsia dos animais”, afirma.
Uma das principais restrições da medida é a proibição da criação de aves ao ar livre e dos piquetes, abertura que as aves possuem para a área externa, sem a proteção adequada.
“As aves não podem mais ter acesso a piquetes abertos. Elas até podem ficar em piquetes, mas desde que sejam telados, tanto na parte superior quanto nas laterais, para evitar contato com aves silvestres e reduzir o risco de transmissão”, detalha Caldas.
Além da fiscalização, o Estado fortalece parcerias com organizações voltadas para o setor agropecuário.
“Firmamos parcerias com entidades como a Fetraece (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará), que representa trabalhadores rurais, e com a Aquasis (Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos), que monitora aves migratórias no litoral, garantindo um atendimento mais ágil e eficiente”, explica.
Embora as restrições sejam preventivas, algumas suspeitas da doença já foram notificadas no Ceará, principalmente em criações de fundo de quintal e entre aves migratórias. No entanto, todos os casos investigados até o momento tiveram resultado negativo, conforme a Adagri.
Eventos que envolvam aglomeração de aves só poderão ocorrer com autorização do Serviço Veterinário Estadual e mediante avaliação de biossegurança, incluindo a descrição das medidas de prevenção e controle para evitar a disseminação da doença de alta patogenicidade.
Ainda de acordo com a portaria, a suspensão não afetará a certificação concedida aos estabelecimentos de produção orgânica pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.
As restrições se aplicam a quaisquer espécies de aves de produção, sejam ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro.
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