TAG e NTS se juntam e oferecem transporte de gás com desconto de 90%, em Macaé

Desde o primeiro dia do ano, duas das principais transportadoras de gás natural do País - TAG e NTS -, estão com suas operações interconectadas em Macaé, no Rio de Janeiro. Para os dirigentes das duas companhias, a independência das transportadoras, trazida pela Lei do Gás, vai tornar o mercado mais dinâmico e reduzir o preço do insumo. Para atrair os agentes, a taxa de entradas e saídas recebeu um desconto de 90%.

Em menos de uma semana a novidade já atraiu dois clientes: Eneva e BTG Pactual Commodities, totalizando 220 mil metros cúbicos por dia (m3/dia). A troca entre as transportadoras também deve atrair os participantes do próximo leilão de energia de reserva térmica, marcado para junho, segundo os dirigentes das duas empresas.

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"Com certeza muitos desses players que vão estar ofertando esse gás, essa nova capacidade de energia elétrica no leilão, vão estar contratando essa capacidade de transporte com a TAG e a NTS", avaliou o presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG) , Gustavo Labanca, acenando com contratos anuais, mensais, semanais ou diários.

Antes da regulamentação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no apagar das luzes de 2024, as duas transportadoras trabalhavam separadas. Tanto o gasoduto Cabiúnas-Reduc III (Gasduc III), da NTS, quanto o gasoduto Cabiúnas-Vitória (Gascav), da TAG, dependiam do Terminal de Cabiúnas (Tecab), da Transpetro, subsidiária de transportes da Petrobras, para se conectar.

Com a obra de interconexão bidirecional, que absorveu R$ 46 milhões, sendo R$ 33 milhões da NTS e R$ 13 milhões da TAG, as transportadoras ganharam a mesma independência que se vê nas operadoras da Europa, disse ao Broadcast o presidente da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), Erick Portela.

"A gente está praticando no novo mercado de gás uma independência das transportadoras, o que a gente chama de 'unbundling', um modelo europeu. Ou seja, quem está transportando o gás não produz o gás. O core business é transportar", explicou Portela. "Isso levou na Europa à abertura do mercado", completou, ressaltando que a NTS também é interligada com a Transportadora Bolívia-Brasil (TBG).

"Nós estamos falando aqui da integração das malhas a nível nacional. Então, a TBG se conecta com a NTS e se conecta com a TAG. Ou seja, hoje você tem todas as ofertas de gás que estão conectadas nos gasodutos de transporte, seja na TBG, por exemplo, o gás da Bolívia, seja da NTS, o gás do pré-sal, seja da TAG, que também tem o pré-sal, mas tem os campos onshore (em terra) do Nordeste, Manati, enfim, outros terminais de GNL, tem baía de Guanabara, tem Sergipe e Bahia. Todos esses players podem ofertar gás de maneira comercial para toda a malha", destacou Labanca.

Flexibilidade maior, preço menor

Com uma oferta maior e mais flexível, a expectativa dos dirigentes é de que o preço do gás natural caia no País. Como exemplo, Labanca cita a abertura do mercado em 2022, no Nordeste, quando as distribuidoras passaram a poder comprar o gás do pré-sal. "Houve uma queda de preço da molécula de 18%", destacou.

"Hoje, elas (distribuidoras) podem comprar de qualquer lugar, até da Bolívia", disse o executivo da TAG. "Teoricamente, com esse aumento de liquidez e esse aumento de transações, a gente pode ter um benefício ainda maior nessas transações a nível nacional. Esse é o grande mérito dessa conexão, funcionar como um grande hub de comercialização a nível nacional".

Ele explica que a competição será maior, já que um produtor de gás do Nordeste pode vender para um cliente em São Paulo usando a interconexão, e ao mesmo tempo um produtor de gás da Bolívia pode entregar no Nordeste.

Para eles, Cabiúnas será no futuro um dos maiores pontos de injeção de gás natural do Brasil. O local, atualmente, recebe a produção de gás pela Rota 2 (rota submarina do gás do pós-sal). Para 2028/29 está prevista a chegada do Projeto Raia, da Equinor com a Petrobras (Rota 5). E também pode receber gás da Rota 3, recém-inaugurada em Itaboraí (Complexo de Energias Boaventura).

"Se a gente trabalhar com a menor tarifa possível de injeção ou de retirada, eu vou estimular os agentes a chegarem ali", concluiu Portela.

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