Preços administrados elevam mais custo da alimentação dos pobres, diz professor
O pesquisador chegou a essa conclusão após analisar as variações dos preços da cesta básica cobrados em 17 capitais do País, segundo a metodologia de cálculo usada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no mês passado na relação com outubro.
De acordo com Lima, em oito das 17 capitais a cesta básica subiu acima da inflação (9,93% no acumulado de 12 meses). "Isso significa um aumento médio real de 3,02%", disse o economista. O maior aumento, de 18,36%, foi registrado em Aracaju e correspondeu a um aumento de 8,43 pontos porcentuais acima da inflação.
"Há cidades em que a cesta básica ou sofre com a seca (a maior dos últimos 50 anos) ou com o excesso de chuvas", disse o pesquisador do Instituto Assaf. Para ele, nestes momentos resta ao consumidor buscar promoções e promover troca de marcas mais caras por mais baratas.
Adicionalmente aos problemas de ordem climática, afirma Lima, o consumidor das regiões mais longínquas pagam mais pelo aumento dos preços dos combustíveis embutido no custo do frete. O câmbio, que também passa por um realinhamento, de acordo com o professor da FEA de Ribeirão Preto, também tem ajudado a encarecer a cesta de alimentos básicos do brasileiro.
A moeda norte-americana subiu 46,34% nos últimos 12 meses. "O problema é que o conjunto de incertezas vigentes no País deve continuar pressionando os preços, a inflação tende a continuar apertando o orçamento das famílias", prevê o pesquisador do Instituto Assaf. De acordo com ele, a situação deve demorar para se normalizar, porque as incertezas devem manter os investimentos suspensos por mais algum tempo.