O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que é preciso realizar mudanças para melhorar o ambiente de negócios e promover a retomada dos investimentos em infraestrutura no País. "É fundamental preparar as bases do crescimento econômico", afirmou, após se reunir com executivos da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), na sede da instituição, na capital paulista. No encontro, o ministro apresentou um projeto elaborado por juristas de todo o País que tem como objetivo dar mais segurança jurídica aos processos de licitação de projetos de infraestrutura e servir como fator de retomada do crescimento.

Segundo o ministro, diversas empresas da indústria de base demonstraram ser preciso um novo ambiente regulatório, mais aberto, com condições mais explícitas e que fomente a concorrência. "Um ambiente favorável em infraestrutura é bom para atrair novas empresas, menores, estrangeiras, para se ter um ecossistema favorável e alcançar em infraestrutura a base do crescimento econômico, com redução de custos, aumento de produtividade e acréscimo de salário e renda", disse Levy.

O titular da Fazenda afirmou ainda que bons investidores não aplicam seus recursos em ambientes sem transparência ou compliance. "Está cheio de gente querendo vir pro Brasil, mas eles pedem segurança e garantia de que quando vierem as coisas vão ser como o combinado", afirmou. Segundo Levy, para se atrair dinheiro do mundo todo, é preciso dar as regras do jogo.

Levy disse que se este compromisso estiver claro aos agentes econômicos, pode haver alguma recuperação econômica no ano que vem. "O Brasil precisa de crescimento logo e não se pode ficar sentado em casa lendo jornal, esperando 2016 e achando que vai ser um ano de contração", afirmou.

Setor elétrico

O ministro Joaquim Levy citou o setor elétrico como um caso de exemplo de sucesso recente em processos de concessão de infraestrutura. "Quando se muda o ambiente de negócios, se consegue coisas imprevisíveis. No setor elétrico, se você comparar o ambiente do início do ano com sucesso de leilão de R$ 17 bilhões há pouco tempo, vai ver que há investidores interessados nos ativos no Brasil", afirmou. O ministro avaliou que o leilão das hidrelétricas, com a participação de chineses, italianos, espanhóis e brasileiros, foi um "total sucesso", "sem surpresas" e demonstrou que há pessoas dispostas a investir bilhões de dólares no Brasil.