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Governo deve gastar pouco com apoio a produtos agrícolas em 2016, diz ministério

13:00 | 11/12/2015
O diretor de Comercialização e Abastecimento, José Maria dos Anjos, do Ministério da Agricultura, previu durante entrevista coletiva à imprensa realizada nesta sexta-feira, 11, em Brasília que o governo deve "gastar pouco" com apoio à comercialização dos produtos agrícolas no ano que vem. "2016 vai ser um ano tranquilo, o governo deve gastar pouco", disse.

Para dos Anjos, o governo não deve, por exemplo, ter de apoiar a comercialização milho em 2016. "Provavelmente, não será preciso apoio (ao escoamento) do milho, se condições se mantiverem no ano que vem como as atuais, como no caso do câmbio", considerou. Ele lembrou que, nos últimos anos, esse setor reivindicou e teve apoio do governo.

O diretor de Política Agrícola e Informações, João Marcelo Intini, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), salientou que a queda da área plantada do milho não é uma surpresa para o governo. "Essa queda do milho não é conjuntural, é tendência que temos visto nas últimas safras", comparou.

Ele ressaltou que, dada a procura pelo produto no mercado internacional, o produtor brasileiro tem aproveitado essa janela para vender milho no exterior.

"As exportações de milho estão muito expressivas", disse, lembrando que apenas nos quatro primeiros dias de dezembro, a venda desse produto para o mercado externo foi de 1 milhão de toneladas. Isso, no entanto, não traz preocupação sobre o abastecimento interno do produto.

O estoque de passagem, de acordo com o diretor da Conab, é suficiente para suprir as necessidades do País. Esse estoque está em torno de 7 milhões de toneladas.

Trigo

José Maria dos Anjos informou que o governo não precisou apoiar a produção de trigo em 2015 e que o cenário para o ano que vem deve ser muito parecido, se o câmbio permanecer no nível atual. Ele comentou que, com a mudança no governo da Argentina, é possível que haja alteração da carga tributária sobre o trigo, o que pode levar ao aumento da produção no país vizinho. "O produtor brasileiro vai ter de tentar melhorar a qualidade do produto, como já vem acontecendo", disse.

Dos Anjos ressaltou que a comercialização do trigo no Paraná "está indo bem", justamente por causa do câmbio. No Rio Grande do Sul, de acordo com ele, há um grande problema de qualidade, mas a expectativa é a de que a "comercialização vai fluir"

Ainda sobre o grão, o diretor de Política Agrícola e Informações, João Marcelo Intini, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), previu que o Brasil deve exportar esse trigo de qualidade inferior. "Os preços internacionais não estão nos melhores níveis, mas o câmbio faz diferença aqui. Além disso, há um estoque mundial que precisa ser analisado em decisões de plantio em países como o nosso", alertou.

No Mercosul, de acordo com o técnico da Conab, permanece a tendência deficitária entre produção e consumo, o que pode ser modificado com a alteração do quadro da produção na Argentina. "Seguimos dependentes da importação do trigo de boa qualidade", lembrou.

O trigo brasileiro, de acordo com ele, é usado para a fabricação de ração e de alimentos em alguns países. Por isso, a expectativa é a de que o Brasil exporte sua produção para os países do Leste Europeu e asiáticos. "O Brasil deve exportar esse trigo de qualidade inferior."

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