Brasil só volta a crescer em 2018, prevê presidente da Renner
Para justificar a previsão, Galló citou uma série de fatores conjunturais, como os indicadores de confiança em níveis historicamente baixos, o déficit público e a trajetória de alta do desemprego. Segundo ele, a retomada não se dará pelo consumo, o que indica que o varejo tem um longo caminho a percorrer. "A possibilidade de crescimento é infraestrutura, que significa estradas, aeroportos, portos, indústria de base. Só que as maiores empreiteiras do Brasil responsável por isso estão paradas", falou.
Galló também disse que 70% da crise econômica atual é derivada da crise política. O executivo criticou a atuação dos agentes públicos, que, segundo ele, não estão pensando no Brasil. "Esta na hora dos políticos que estão lá na colina de Brasília olharem o que está acontecendo aqui na planície. A gente vê uma irracionalidade brutal, contradições, interesses pessoais", afirmou.
Ele defende a necessidade de gerar quatro ou cinco medidas capazes de destravar a economia, e não acredita que o processo de impeachment possa mudar a perspectiva ruim para os próximos anos, independente do seu resultado. A percepção é de que o problema está dado e que só uma "grande união nacional" poderia amenizar o estrago.
A crítica de Galló também se estende ao empresariado. "Acho que também nós, empresários, estamos um pouco calados com relação a isso (crise). Não estamos mostrando claramente como são as coisas. Acho que é hora de o empresariado assumir uma atitude mais proativa numa situação como esta", disse.