Indicador Antecedente de Emprego sobe 5% em outubro ante setembro, revela FGV
"A melhora do IAEmp em outubro deve ser interpretada com cuidado, pois não há evidências de uma retomada das contratações, mas, provavelmente, de uma estabilização do emprego para o mês corrente. Ainda é cedo para se interpretar como uma inversão de tendência", avaliou o economista Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV, em nota oficial.
As maiores contribuições para a alta do IAEmp vieram do indicador que mede o ânimo dos empresários da indústria para contratar nos próximos três meses (17,2%) e do índice que mensura a situação dos negócios para os próximos seis meses no setor de serviços (12,8%).
O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
Indicador coincidente
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 5,4% em outubro ante setembro, para 97,6 pontos, na série com ajuste sazonal. Trata-se do maior nível desde março de 2007 (98,1 pontos). A alta significa que a percepção dos consumidores sobre o mercado de trabalho piorou mais uma vez e sugere continuidade do aumento da taxa de desemprego no período.
"A acentuada alta do ICD reflete a deterioração rápida e contínua do desemprego, puxada principalmente pela piora na percepção do mercado de trabalho de consumidores de famílias pobres e ricas, o que pode indicar elevada dificuldade em se obter uma vaga de trabalho", destacou Rodrigo Leandro de Moura.
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País atingiu 7,6% em setembro, a maior para o período desde 2009, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A piora nas avaliações sobre o mercado de trabalho na passagem de setembro para outubro ocorreu principalmente entre as famílias de baixa renda e as que estão no topo. Segundo a FGV, o indicador que mede a percepção de dificuldade de se obter emprego subiu 8,1% para a faixa dos consumidores com renda familiar mensal até R$ 2,1 mil e avançou 6,1% entre as famílias com ganhos superiores a R$ 9,6 mil.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.