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Fipe estima IPC de 0,75% em novembro, após alta de 0,88% em outubro

13:00 | 05/11/2015
A inflação na capital paulista deve desacelerar em novembro ou, na pior das hipóteses, se acomodar no atual nível. A avaliação, feita ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. A expectativa é que o IPC feche este mês com alta de 0,75%, após 0,88% em outubro, influenciado por menores pressões nos preços administrados, como combustíveis e energia.

Já a previsão da Fipe para o IPC fechado em 2015 foi alterada de 9,50% para 10,40%. Se a taxa for confirmada, será a primeira vez desde 1996 (10,04%) que a inflação anual na capital paulista rompe a barreira psicológica de dois dígitos. No acumulado em 12 meses até outubro, o IPC já atingiu esta marca, ao ficar em 10,09%. No ano até outubro, o IPC acumula 9,01%. "Apesar da desaceleração esperada na margem, a taxa esperada para novembro não muda a trajetória de aceleração na taxa acumulada em 12 meses", ponderou Chagas nesta quinta-feira, 5.

De acordo com o coordenador, o arrefecimento aguardado para a inflação paulistana mensal ficará condicionado aos preços monitorados e aos alimentos. "O cenário tende a mudar se tiver mais alguma notícia desfavorável em administrados. Além disso, o grupo Alimentação pode impedir uma desaceleração mais forte, principalmente puxada pelos industrializados e semielaborados, em razão do dólar caro e do repasse de custos. Os in natura, como sempre, são incógnita, com viés de alta", explicou Chagas.

O economista da Fipe acredita que os repasses do reajuste nos preços dos combustíveis desde o fim de setembro vão se dissipar ao longo deste mês, fazendo com que as taxas da gasolina e do etanol desacelerem, e consequentemente, aliviem o grupo Transportes. No IPC de outubro, o grupo Transportes avançou para 1,55% (ante 0,14% em setembro), influenciado pelas altas de 16,32% do etanol e de 6,12% da gasolina, tendo esta sido a maior contribuição, de quase 0,15 ponto porcentual no IPC. A previsão da Fipe é de 0,57% para o grupo Transportes no fim do mês.

Enquanto a gasolina liderou a lista de maiores influências no IPC, o frango, que subiu 7,63%, ficou na segunda posição, com 0,08 ponto porcentual de participação. "Há muito tempo não se via um produto alimentício nas primeiras posições", relatou. Em outubro, o conjunto de preços de alimentos atingiu 1,31% (ante -0,04%) e deve ir além e fechar novembro em 1,54%, conforme Chagas.

Além do encarecimento do frango, as carnes suínas ficaram 4,21% mais caras, assim como as bovinas (0,65%), justificando a aceleração do subgrupo de semielaborados para 1,81% (ante 1,13%), que tende a continuar, conforme o economista.

Já a taxa de 1,01% dos alimentos industrializados (ante 0,39%) teve como destaque os panificados (1,32%) e açúcar e adoçante (3,09%), cuja perspectiva é de alta maior, já que o açúcar sobe na faixa de 10% no exterior, disse Chagas. "Os industrializados eram para ser mais sensíveis ao ciclo econômico e à demanda. No entanto, a depreciação cambial ajuda a limitar o repasse dos efeitos do aperto monetário para os preços", avaliou.

Chagas também vê pouco espaço para preços mais brandos dos alimentos in natura, pelo menos até março, devido à sazonalidade desfavorável. No IPC de outubro, os itens in natura atingiram inflação de 1,54%, depois da deflação de 3,43% em setembro. Dentre as pressões, o economista citou a alta de 4,33% das frutas, com destaque para o aumento de 60,96% do limão, Já as verduras ficaram 4,54% mais caras e os legumes, 3,46%.

De novo, citou Chagas, o tomate reapareceu, ao registrar variação positiva de 4,49% e com possibilidade de avançar mais nas próximas leituras. "Daqui até o fim do ano, deve ser o período (de alta) do tomate", brincou.

A boa notícia, segundo o coordenador do IPC, é que alguns produtos registraram queda em outubro, caso da cebola, com recuo de 25,85%, baixa de 6,55% na batata, declínio de 1,40% em ovos e de 2,25% em leites.

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