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Para ficar aconchegante

01:30 | 24/10/2015
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Apostar em apartamentos compactos exige mudança de cultura do comprador, construtor e vendedor. Os pequenos, que já são tendência, exigem um investimento maior em áreas livres e, no espaço interno, consciência dos moradores para não deixarem o compacto com cara de “lata de sardinha”.

 

Para isso, o design do imóvel é essencial, porque a área diminui, mas o uso do espaço, para mordia, continuará sendo o mesmo. Fátima Nogueira, sócio-proprietária do escritório Nogueira Arquitetura, diz que todos os espaços têm que ser utilizados da maneira mais inteligente possível. “O uso do espelho é necessário e a gente conversa com o cliente em relação à utilização de equipamentos. Sugerimos não utilizar muitos e ter um fogão menor, ou aquele cooktop (embutido)”.
 

Em termos de sala, por exemplo, a dica da arquiteta é não usar móveis para apoiar a televisão. A ideia é usar suportes e fixar o aparelho na parede. Em relação aos acessórios, como controle remoto, DVD, ou aparelho da TV a cabo, Fátima diz que uma pequena estante resolve. “No compacto a pessoa tem que ser mais objetiva. Sugiro não usar cores escuras, como preto, azul escuro. Mas, não que sejam proibidas, quem souber usar essas cores, mesmo que o apartamento seja compacto, pode”, explica.
 

É o caso do apartamento da filha de Fátima, a arquiteta Natasha Nogueira. Com 72 metros quadrados (m²), o imóvel tem a parede da sala pintada de preto, mas os quadros coloridos se destacam e não deixam o cômodo com aspecto de pequeno. Os móveis são de tons claros e dão a impressão de mais espaço a quem visita o apartamento. “Uma das dicas mais pertinentes para imóveis pequenos é comprar móveis para o tamanho adequado. Nada de entulhar móveis. Outra dica é integrar os espaços. Principalmente sala, cozinha e varanda”, diz Natasha.

Mercado
Por parte do mercado também houve adaptações com a tendência dos compactos. A primeira mudança óbvia é em relação aos acabamentos. “Apesar de excelente qualidade, os compactos têm um grau de acabamento menor. Além disso, quando começou a construção de compactos os clientes ficavam incomodados com os tamanhos e, para tirar esse incômodo, o investimento em áreas de lazer aumentaram. Outro ponto é que o m² acabou se tornando mais caro”, detalha Alessandro Magalhães, engenheiro da WR Engenharia.
 

Daniel Simões, diretor comercial da J.Simões Engenharia, destaca o perfil dos consumidores que optam pelos compactos. “As famílias estão cada vez menores. Antigamente as pessoas tinham 4, 5 filhos. Também há perfis novos de famílias. Até mesmo aqueles solteiros que decidem não casar e idosos que saem de grandes casas. E para todos esses públicos, o diferencial é o de que esses tipos de apartamentos têm de se localizar em áreas em que haja maior aceitação de transporte público, porque muitos deixam o carro para andar a pé”, avalia.
 

E na leitura de Arthur de Castro, diretor da Luciano Cavalcante Imóveis, mesmo as pessoas com alto poder aquisitivo, habituadas a grandes apartamentos na Beira mar, estão abdicando desses espaços para migrarem para compactos que também sejam próximos à orla. “Quem tem condição de morar na Beira Mar está cansado de ter que manter apartamentos de 450 m², 650 m², aquele de um por andar. Além dos custos, hoje, para manter mão de obra estarem muito mais elevados”, diz.  

 

FIQUE ATENTO!
 

O QUE MUDOU
COM OS
compactos, arquitetos tiveram que dar o mesmo uso de um apartamento grande a um menor
 

MENOS USO de equipamentos e armários foram necessários
OS MÓVEIS têm que ser comprados sob medida, embutidos.
 

NÃO HAVERÁ mais espaço para colecionar copos, talheres, louças
OS CONSTRUTORES têm menos trabalho para fazer o acabamento
EM COMPENSAÇÃO, eles tiveram de aumentar o preço do m²
Além disso, investiram mais em áreas de lazer
 

OS COMPACTOS
acompanham
mudança no perfil das famílias, que estão menores. Além da tendência de morar sozinho

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