Para FecomErcioSP, decisão do BC sobre Selic é acertada
"As medidas recentes de desoneração para alguns setores intensificaram o desequilíbrio das contas públicas e não representaram aumento do investimento e do crescimento na economia", disse a nota. A expectativa da entidade é que, mantido o cenário atual, ocorra mais duas altas da taxa Selic até o fim do ano, para o patamar de 8,5%, diante uma inflação estimada para este ano entre 5,5% e 6%.
Redução de gastos
Por seu lado, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) criticaram a decisão do Banco Central. Em nota, as entidades defendem que o combate à inflação deveria primeiro ser feito por redução de gastos do governo e só depois pelo aumento de juros.
Segundo as entidades, a política de gastos governamentais com juro mais alto só piora as condições de crescimento do PIB. "Neste momento o governo brasileiro deveria fazer um sacrifício político e enxugar as despesas públicas para controlar a inflação. Aumentar os juros é um remédio que deve ser usado somente em último caso porque reduz o consumo, diminui os investimentos e piora a situação das famílias endividadas", disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior em nota.
Da mesma maneira a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) diz esperar que a nova alta da Selic "não venha a retrair ainda mais a economia, hoje movida pelo consumo interno".
"Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE trouxeram a boa notícia da expansão do investimento, que cresceu 4,6% no trimestre, e é preciso que esse ânimo de investir não se perca, sob o risco de estagnar o País", afirmou a Abad em nota à imprensa.