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Momento não é de perdoar dívida, diz membro do BCE

17:57 | 09/12/2012
O presidente do banco central da Alemanha (Bundesbank) e membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Jens Weidmann, disse que agora não é o momento de os credores oficiais da Grécia aceitarem perdas com os empréstimos destinados ao país.

Em uma entrevista publicada neste domingo (9) pelo jornal alemão Welt am Sonntag, Weidmann comenta que um amplo perdão da dívida grega neste momento "equivaleria a uma abrangente transferência de recursos que premiaria fracassos anteriores na implementação do programa de ajuste, sem resolver os problemas subjacentes do país".

Segundo Weidmann, a Grécia estaria em uma posição bem melhor agora se tivesse implementado as reformas prometidas em 2010, quando o país recebeu o primeiro pacote de resgate da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para ele, um possível desconto (haircut) na dívida grega na mão de credores públicos "deveria ser oferecido somente em troca de um progresso substancial nas reformas".

O presidente do Bundesbank também expressou "receios" com um dos aspectos do novo pacote de financiamento para a Grécia aprovado pela zona do euro na semana passada. Segundo ele, permitir ao país emitir mais títulos de curto prazo para se financiar pode fazer do BCE uma fonte de recursos para o governo grego, já que esses papéis são amplamente utilizados pelos bancos locais como colateral nas operações com o banco central da zona do euro.

Ele também voltou a criticar o novo programa de compras de bônus do BCE, chamado Transações Monetárias Completas (OMT, na sigla em inglês). Segundo Weidmann, o pedido da Espanha de uma garantia do banco central de que o yield dos bônus soberanos seria mantido abaixo de um certo nível "mostra as expectativas que nós criamos".

"Uma meta para os juros dos bônus soberanos levaria à completa subjugação da política monetária pela política fiscal", comentou Weidmann. Ele ainda afirmou que a promessa do BCE de suspender as compras de bônus se um país não cumprir as promessas feitas "é um problemas não resolvido", já que não existe um plano sobre como lidar com esses países. As informações são da Dow Jones.

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