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Fortaleza tem o maior PIB entre os municípios do Nordeste

De acordo com economistas, dado é significativo mas precisa ser analisado conjunturalmente. Ao lado de Fortaleza, Maracanaú, Caucáia e Sobral fecham a lista de cidades cearenses entre as 30 localidades com maior Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste

10:11 | 12/12/2012

Atualizada às 20:57

A capital cearense ocupa a nona posição entre na relação dos Produtos Internos Brutos (PIB) a preços correntes dos 100 maiores municípios do País. Na região Nordeste, Fortaleza ocupa o primeiro lugar com PIB de R$ 37,10 bilhões. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento é referente a 2010, quando o PIB cresceu 7,5% em relação ao ano anterior, tendo alcançado um valor de R$ 3,770 trilhões.

De acordo com o economista Alex Araújo, o resultado alcançado por Fortaleza está relacionado à expansão por que a cidade passou nas últimas três décadas. O crescimento do setor imobiliário combinado ao desenvolvimento do setor terciário rumo à periferia, é citado por ele como fatores que justificam o indicativo que a capital obteve no estudo. “E esse desenvolvimento foi possível porque a cidade tinha espaço para expansão”, conclui.

Entretanto, o economista alerta que, apesar de Fortaleza possuir um pujante setor de serviços e uma indústria da construção civil em desenvolvimento, a cidade na figura do Poder Público precisa pensar ações de desenvolvimento juntamente ao restante da Região Metropolitana (RMF). Para ele, a falta de integração entre as duas partes emperram em muitos casos a consolidação de melhorias sociais. “Fortaleza se destaca como cidade e não RMF”.

Visão complementar é apontada pelo economista Mansueto Almeida. Segundo ele, o setor de serviços aparece como elemento influenciador para o crescimento do PIB fortalezense. Ele afirma que o segmento compreende número de atividades mais relevantes e tem no turismo de lazer e negócios juntamente com a rede hoteleira uma potencial rede de negócios.

Mas o resultado da capital cearense frente às demais cidades nordestinas, ressalta Araújo, precisa ser analisado por meio do entendimento de qualidade de vida e não apenas desenvolvimento econômico. Entre as variáveis apontadas pelo economista e que compõem esse quadro estão o aumento da escolaridade, a criação de postos de trabalho e a qualificação dessa mão de obra. “Mas a concentração de renda na cidade também é muito grande. E hoje, os ricos estão cada vez mais ricos”, contesta.

Comparação nacional

Entre os primeiros municípios estão São Paulo com R$ 443,6 bilhões em PIB, seguido por Rio de Janeiro (R$ 190,24 milhões) e Brasília (R$ 149,9 milhões). No Nordeste, abaixo de Fortaleza aparece Salvador (BA) em 10º colocação com R$ 36,74 bilhões) e Recife (PE) em 14º lugar (R$ 30,03 bilhões).

Nos últimos dez anos, as capitais brasileiras vêm perdendo participação no total da economia do país, ao mesmo tempo em que municípios menores apresentam ganhos de renda.

Foram analisados todos os 5.565 municípios do país. A pesquisadora do IBGE Sheila Zani, responsável pela pesquisa, disse que existe um movimento de mudança na produção de riquezas, que é lento e se faz notar em um período maior de tempo.

“Este ano de 2010 foi quando as capitais geraram menos renda. Quando a gente põe a série de 1999 até agora, as capitais geravam 38,7%. Este número vem caindo e em 2010 chegou a 34%. Quando se separa o valor gerado nas capitais entre indústria e serviço, nota-se que a queda é maior na indústria. Isso é consequência dos incentivos fiscais, que levam as empresas a sair das capitais, e das commodities [produtos primários com cotação internacional], tanto as agrícolas quanto as minerais, que não estão nas capitais.”

No sentido oposto, estão os pequenos municípios, que nos últimos dez anos aumentaram o volume de riqueza, em comparação ao PIB nacional. Eles se concentram nas regiões Norte e Nordeste, principalmente no Piauí, Tocantins, na Paraíba e no Rio Grande do Norte.

O estudo do IBGE apontou as 30 cidades com maior PIB entre as regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. São Paulo (SP) apresentou maior participação dentre todas as cidades com valor de R$ 443, 6 bilhões, seguido de Brasília (DF) com R$ 149, 9 bilhões. Sozinha, a capital paulista responde por R$ 443,600 bilhões, equivalente a 11,77% do PIB brasileiro.Com Agência Brasil.

Redação O POVO Online

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