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Queda do varejo ampliado pode afetar indicadores

11:09 | 13/11/2012
A expressiva queda das vendas de varejo ampliado de 9,2% em setembro ante agosto pode afetar para baixo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro, na margem, e reduzir a projeção de alta do PIB no terceiro trimestre, comentou o economista da LCA, Antonio Madeira. A consultoria esperava uma retração de 5% do índice mais abrangente que analisa os negócios do comércio, que levam em consideração também os setores automobilístico e de construção civil. A LCA espera que o IBC-Br registre recuo de 0,5% em setembro ante o mês anterior, mas o especialista pondera agora que o número poderá ser ainda menor. Segundo ele, a estimativa de elevação de 1,4% do PIB do terceiro trimestre ante o segundo também pode baixar e ficar mais próxima de uma marca ao redor de 1%.

Embora seja difícil projetar os dados do varejo em função da forte volatilidade dos dados, Madeira destaca que a queda do índice ampliado foi bem acima do esperado. Para se ter uma ideia da magnitude da queda, ele estima que o indicador apresentou média mensal de alta de 1,7% no terceiro trimestre ante o período de abril a junho. "E será muito difícil as vendas do comércio ampliado alcançarem no último trimestre o patamar apurado entre julho e setembro, pois para isso terá que alcançar alta média mensal de 2,85% de outubro a dezembro", ponderou. Antes da divulgação dos números de setembro, a LCA esperava alta de 2% do índice ampliado em outubro, na margem, e elevação de 0,7% na forma de apuração restrita. Mas agora essas projeções poderão ser revistas.

Na avaliação de Antônio Madeira, a queda sensível das vendas de carros em setembro e o fato de que o mês registrou 19 dias úteis, contra 23 em agosto, foram os fatores principais que podem, a priori, explicar a forte queda dos dados ampliados do comércio em setembro divulgados pelo IBGE. "Isso foi influenciado também pelo fraco desempenho das compras de caminhões, pois apenas no dia 20 de setembro passou a valer o novo regime de financiamento do BNDES para estes veículos pesados, com juros nominais de 2,5% ao ano", destacou. "A tendência é que nos próximos meses a redução do IPI para a aquisição de carros, que pode ser encerrada ao final de dezembro, e a manutenção dessas condições especiais de juros para as vendas de caminhões podem ajudar as vendas do varejo nos próximos três meses a apresentarem um resultado bem mais favorável do que o exibido em setembro", destacou.

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