Mais de 70% das famílias cearenses sobrevivem com renda per capita de até um mínimo
A desigualdade tem diminuído no País, no entanto a melhora da renda ainda não é suficiente para que a maioria das famílias cearenses tenham renda per capita além do salário mínimo, de acordo com dados da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo aponta que 70,7% dos rendimentos mensais familiar per capita no Estado chegam a apenas um salário mínimo. O percentual supera o número nacional que é de 47,8%.No Nordeste, as faixas de renda somam 68% das famílias.
Em dez anos, entre 2001 a 2011, a concentração de renda foi reduzida. A pesquisa mostra que no período, os 20% mais ricos da população tiveram uma perda de quase 10% na renda. A participação do extrato de renda no total do país caiu de 63,7% para 57,7%.
No extremo oposto, os 20% mais pobres da população conseguiram aumentar sua participação, passando de 2,6% para 3,5% do total de rendimentos.
A razão da soma da renda entre ricos e pobres caiu 45%. Enquanto, em 2001, os 20% mais ricos percebiam uma renda cerca de 24 vezes superior àquela auferida pelos 20% mais pobres, essa razão, em 2011, caiu para 16,5 vezes.
"Apesar de ainda muito presentes no Brasil, as desigualdades têm mostrado uma tendência de redução que vem se consolidando", aponta o texto da pesquisa.
No entanto, os números mostram que o avanço não foi suficiente para desestrurar o quadro de desigualdade. Os os 20% mais ricos ainda detêm 57,7% do rendimento total, em contrapartida ao pouco mais de 11% detido pelos 40% mais pobres.
Entre os motivos apontados pelo estudo para a relativa redução da desigualdade foram os programas de transferência de renda focalizados na população mais pobre, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social - BPC-LOAS.
Teresa Fernandes